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SAÚDE MENTAL

Caps II completa 25 anos em Santa Cruz

Aos 64 anos, a vida de Neida de Barros pode ser dividida em duas fases: antes e depois de buscar atendimento junto ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps II) de Santa Cruz do Sul. Tanto ela quanto o marido somam mais de 15 anos de acompanhamento na instituição e só eles sabem o quanto representou o auxílio profissional que recebem. “A atenção que a gente tem fez toda diferença na nossa vida. É uma instituição excelente, faz um trabalho louvável”, conta.

A história de Neida é uma de tantas que se mesclam à do Caps II, que completa 25 anos de atuação em Santa Cruz. Ela recorda que seu dilema começou ainda em 2004, quando o marido, Silvério, diagnosticado com bipolaridade, deixou a esposa assustada. “Quando ele trabalhava, tinha plano de saúde, mas os médicos não conseguiam diagnosticar o problema. Depois que procuramos o Caps, tudo mudou. Acertaram o tratamento e as coisas se encaminharam muito bem”, conta.

Com a enfermidade do esposo, Neida também foi afetada e teve que procurar ajuda. Chegou a ter depressão e procurou por atendimento psicológico e psiquiátrico na instituição. “Eu já acompanhava ele em todas as terapias e consultas. Com o tempo passei a me tratar e, graças a Deus, o tratamento deu certo.”
Além das consultas periódicas, Neida e o esposo participavam de oficinas, como música, dança e pintura, entre outras atividades. “Meu marido, que sempre foi músico, até parou de tocar e cantar. Mas agora, até anima os encontros dos outros pacientes no Caps.”

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“É nosso socorro”, diz paciente

Quem compartilha uma história parecida com a do casal Neida e Silvério é Sílvia Cáceres Ferroni, de 52 anos. Moradora de Linha Santa Cruz, é acompanhada pelo Caps há quase duas décadas. “Eu não tinha vida. Estava isolada, não conversava com meu marido nem com meu filho, e até tentei tirar minha própria vida”, conta. “Hoje, graças a todo o acompanhamento que recebi e ainda recebo, voltei para a sociedade, convivo com amigos. Até fiz curso de culinária e me tornei confeiteira.”

As imagens em uma rede social de Sílvia revelam seu bom momento. Em uma das fotos, ela aparece com o marido e um outro “presente” que, segundo ela, chegou há pouco mais de um ano: a neta, Sophie, com quem passa a maior parte do tempo. “Meu filho e minha nora trabalham. Cuidar da minha neta me fez sentir alguém importante na família e me tornei importante pra mim também. Mas o Caps continua sendo nosso socorro.”

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Relatos como esses, das famílias Barros e Ferroni, multiplicaram-se nos 25 anos de atuação do Caps II. Segundo a psicóloga da instituição, Marliza Schwingel, foram mais de 13 mil pessoas atendidas nesse período. “Nosso trabalho é acolher, acompanhar o paciente, fazer visitas domiciliares, conhecer as famílias e oferecer atividades importantes para a recuperação da saúde mental das pessoas”, afirma.

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Segundo ela, que iniciou na instituição antes mesmo de sua criação, em 1998, o período de pandemia fez repensar a forma de atuação do Caps. “Serviu para repensarmos como vamos atuar daqui pra frente. O número de atendimentos está aumentando e o que se percebe é uma elevação de adultos jovens que precisam ter uma atenção especial”, revela. Atualmente, a instituição presta 5 mil atendimentos mensais.

A secretária de Saúde, Daniela Dumke, destaca a importância de se dar atenção à saúde mental. “O serviço oferecido pelo Caps tornou-se ainda mais essencial na pandemia, pois o emocional das pessoas foi uma das questões muito afetadas. Felizmente, temos bons profissionais para atender a essa demanda e estamos buscando aprimorar cada vez mais”, ressalta.

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Serviço

O trabalho no Caps II é realizado por uma equipe formada por psiquiatras, psicólogos, terapeuta ocupacional, assistente social, enfermeira, técnicos de enfermagem e equipe de apoio. O atendimento ocorre através de consultas individuais, grupos terapêuticos e por meio de oficinas de artesanato, atividade física, música e rádio (em parceria com a Unisc), entre outras. O Caps II fica na Rua Venâncio Aires, 307. Mais informações pelo (51) 3715 3711.

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