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Caos nas administrações

Li na Gazeta do Sul do dia 03/08/16 que algumas prefeituras estudam parcelar os salários dos seus servidores. A crise nas suas finanças é grave. Os repasses das verbas da União e do Estado não estão acontecendo ou, quando vêm, estão menores.

Infelizmente, estamos assistindo abismados a esse desmanche da máquina pública, que já vem acontecendo há muitos anos. Hoje faltam verbas para os investimentos. O funcionalismo, aposentados e pensionistas estão consumindo quase todas as verbas.

Estupefato, escutei que nosso Estado tem, só no Executivo, 340 mil pessoas recebendo no final de cada mês. Isso sem falar dos outros poderes, que também ganham do caixa único. Todavia, os seus proventos são pagos religiosamente em dia por força de lei.

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Enquanto isso, os funcionários do Executivo recebem os vencimentos parcelados. E a crise tende a se agravar até o final do ano. A lei é igual para todos, porém existem os mais iguais no serviço público, segundo a visão daqueles que legislam e que perpetuam essa anomalia.

No mesmo dia, li uma entrevista de Aod Cunha, ex-secretário da Fazenda. Demonstrou que a máquina pública é perdulária e essas loucuras administrativas dos políticos deveriam ser estancadas. Futuramente teremos gravíssimos problemas de caixa e deficit fiscal.

Em 2007, o governo de Yeda implantou o déficit zero. O Estado não poderia gastar mais do arrecadava. “O Estado cavou esse buraco, deu aumentos que não poderia ter dado. Agora a conta chegou,” respondeu Aod.

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Vimos esse filme passar há poucos dias. Sartori havia vetado o aumento para os outros poderes. O veto do governador foi derrubado pela maioria dos irresponsáveis deputados da Assembleia. O deficit das contas públicas aumentou e a crise foi jogada no colo do governador, que já não sabe de onde vai tirar o dinheiro. Novamente os únicos privilegiados desse aumento foram os servidores dos outros poderes, que historicamente são considerados os marajás do serviço público com os mais altos salários. As greves deveriam protestar contra esse absurdo da lei e não contra o governador.

Tarso Genro, seu antecessor, disse que não concordava com o deficit zero. O resultado está aí. A culpa não é só de um ex-governador. São escolhas que a sociedade faz, disse Aod.

Nesses momentos de crise aguda, o governo, ao invés de aumentar os impostos, deveria fazer a lição de casa. Não gastar mais do que arrecada. Fazer os ajustes necessários, doa a quem doer. Cortar os gastos supérfluos, os altos salários e os penduricalhos.

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A União e os municípios estão indo para o mesmo caminho. Fiquemos atentos com os gastos das prefeituras e câmaras. As eleições municipais estão chegando. Escolhamos os candidatos que se comprometam com a austeridade. Cada um de nós, através do voto, é responsável por essa escolha.

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