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PARA RECORDAR

Cantor Leandro, falecido em 1998, faria 60 anos neste domingo

Leandro (à esquerda, de chapeú) faleceu aos 37 anos de idade, em 23 de junho de 1998

Leandro e Leonardo formaram uma das maiores duplas sertanejas do Brasil durante a década de 1990. A parceria chegou ao fim em 1998, quando Luiz José Costa, verdadeiro nome de Leandro, morreu após luta contra um câncer. Este domingo, 15 de agosto, marcaria o aniversário de 60 anos do cantor.

O primeiro grande sucesso dos irmãos foi Entre Tapas e Beijos. Depois, vieram outras músicas pelas quais a dupla é lembrada até hoje, como Desculpe Mas Eu Vou Chorar, Pense em Mim, Não Aprendi Dizer Adeus, Eu Juro (versão de I Swear), Talismã e Solidão. No último álbum da dupla, lançado postumamente, também marcaram canções como Sonhador e Cumade e Cumpade.

Leandro era conhecido por seu jeito mais reservado em relação a Leonardo. Durante entrevista ao programa Jô Soares Onze e Meia, em 1997, o apresentador chegou a brincar com as respostas ‘monossilábicas’ do sertanejo. “Ele só responde o que eu falo! ‘Tranquilo?’. ‘Graças a Deus’. ‘Na ativa?’. ‘Na ativa’. Se eu falar ‘tá dando?’, [ele responde:] ‘Tô dando’. Tudo que eu falo ele repete!”, disse Jô, despertando gargalhadas do artista.

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Durante a juventude, trabalhou na plantação de tomates, ao lado do irmão. Acordavam de madrugada e andavam cerca de 15 quilômetros a pé antes de realizar o serviço pesado. Em 1982, saíram de Goianópolis e foram morar em Goiânia, onde Leandro fez bicos em farmácias, lojas de roupa e marcenarias, até que começassem a cantar em uma boate. Inicialmente o nome da dupla variava. Apenas depois de algum tempo consolidaram a conhecida Leandro e Leonardo.

Em entrevista ao Cara a Cara, do SBT, Leonardo valorizava a parceria: “Considero o Leandro como meu segundo pai. É um cara muito sério, não brinca com nada. Tudo que ele fala tem 90% de razão. Eu me inspiro muito nele. Nas coisas que ele faz, eu dou o maior apoio, acho que faz quase tudo certo”.

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“Tem gente que fala: ‘Pô, Leonardo, você é tão ‘dado’ com as pessoas, e o Leandro com aquele jeitão dele, fechado’. É que vocês não conhecem o Leandro. Se vocês chegarem nele e conversarem dez minutos, vão ver que é um cara maravilhoso. [O lado negativo é que o Leandro] não aceita muita opinião não, viu. Eu gosto é de gravar com ele”, continuava.

Aproveitando o embalo das rádios, em 1991 a Globo convidou a dupla para gravar um especial de fim de ano, de forma semelhante ao que já havia feito com Chitãozinho e Xororó no ano anterior. Em 27 de dezembro de 1991, às 21h30, foi ao ar o Especial Leandro e Leonardo, que mesclava momentos de dramaturgia envolvendo a dupla e muita cantoria (gravada no Canecão). Entre as presenças ilustres no programa, Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Elba Ramalho, Sula Miranda, João Mineiro e Marciano, Zé Ramalho, Edson Gaúcho e Patrulha 666.

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Com a boa recepção do público, entre abril e dezembro de 1992, a emissora investiu também no seriado Leandro e Leonardo, protagonizado pela dupla. Três anos depois, eles voltariam a figurar na programação da emissora com o especial de fim de ano Amigos, um show gravado em conjunto às duplas Zezé Di Camargo e Luciano e Chitãozinho e Xororó.

O sucesso da dupla caiu no gosto até mesmo do presidente da República à época, Fernando Collor, que cantou uma de suas músicas. Em fevereiro de 1992, Pense em Mim foi tocada pela banda dos Dragões da Independência após uma solenidade de reabertura dos trabalhos no Congresso Nacional.

Dores nas costas marcaram os primeiros sintomas do problema de saúde que causaria a morte de Leandro, o tumor de Askins, um tipo de tumor torácico, em 19 de abril de 1998. No mesmo mês, ele viajou aos Estados Unidos para realizar exames, e na sequência iniciou um tratamento com quimioterapia. Em raras aparições públicas, demonstrava otimismo: “Vou lutar mesmo que tenha 1% de chances de viver”.

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A doença foi avassaladora. Menos de dois meses após o diagnóstico, o cantor não resistiu. Em 15 de junho, passou por uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento. Chegou a ser reanimado e levado à UTI do hospital São Luiz, em São Paulo, onde foi sedado após uma infecção generalizada. Já eram seus últimos momentos de vida. Leandro morreu em 23 de junho de 1998, mesmo dia em que a seleção brasileira perdeu um jogo para a Noruega na Copa do Mundo realizada na França. Cerca de 300 mil pessoas acompanharam seu velório e o cortejo do caixão até o cemitério em que foi enterrado na cidade de Goiânia.

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