A nossa outrora pacata cidade está sendo sacudida pelos assaltos, crimes e pequenos delitos. Atualmente, a população trabalhadora e responsável está assustada. Quando o sol se põe, tratamos de nos trancar dentro de casa. Mesmo assim, não nos sentimos seguros.
Os moradores do interior também sofrem com a violência. Não estavam acostumados. Os cuidados com a segurança eram mínimos. No verão, dormiam com as janelas abertas. Essa paz também terminou. Quando menos esperam, na calada da noite, aparecem os bandidos com as armas em punho, exigindo dinheiro e roubando outros bens. Se tiver um automóvel na garagem, roubam-no, levando na carona alguma vítima sequestrada. O pânico toma conta dos seus familiares, que durante a investida sofrem as mais variadas violências.
As opiniões divergem nesta hora de angústia coletiva. O tráfico de drogas é a maior causa dos assaltos e assassinatos. O barbarismo tomou conta das vilas periféricas. As gangues estão se matando. Os envolvidos com menor cacife cometem os assaltos à mão armada, matando quem reagir.
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Esse problema vem se agravando há anos. A histórica falta de investimentos na educação é uma das causas mais graves. A maioria dos jovens não alcança os graus técnicos ou superiores, abandonando os estudos no meio do caminho. Milhares são analfabetos propriamente ditos ou funcionais. Tornam-se mais vulneráveis nas mãos do crime especializado, sobretudo do tráfico de drogas. Não têm condições de se tornarem empreendedores no futuro, além de suprirem o mercado de trabalho não especializado e ganhar baixos salários. As exceções existem, mas se torna um caminho mais árduo para alcançar.
O nosso sistema carcerário está falido. Tornou-se uma universidade do crime. É dominado por facções criminosas, que comandam as ações diretamente do presídio. Lá dentro, impera a lei imposta pelos comandantes do crime. Quem não obedece sofre as piores consequências, sendo a sentença de morte a mais terrível. Se a capacidade do presídio é de mil presos, lá são jogados mais de 4 mil. Alguns dormem de pé, enquanto outros descansam no chão dos corredores. As necessidades fisiológicas, fazem de porta aberta. Nessas condições, não pode haver regeneração dos criminosos.
Diante dessa situação deprimente, acredito que a saída seria entregar a administração dos presídios às parcerias público-privadas. A ex-governadora Yeda Crusius já havia aventado essa hipótese, mas foi apedrejada pelos esquerdistas, contrários a essa parceria. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PT), tornou-se um adepto do projeto.
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O Código Penal também teria que ser reformulado com urgência. Os benefícios concedidos aos presos deveriam ser modificados. Cumprem somente um sexto da pena e voltam às ruas pelo regime semiaberto, sendo de sua autoria a maioria dos crimes cometidos. Essa é a realidade. A polícia prende e pouco tempo depois estão soltos.
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