Canobbio une-se a Suárez nas críticas a Marcelo Bielsa na seleção uruguaia

Agustín Canobbio, atacante do Athletico-PR, uniu-se a Luis Suárez, do Inter Miami, nas críticas ao técnico Marcelo Bielsa, da seleção uruguaia. Na Copa América deste ano, Canobbio foi substituído na disputa pelo terceiro lugar, vencida pelo Uruguai nos pênaltis diante do Canadá. Segundo ele, em 2023, Bielsa o apontou como responsável por uma derrota da seleção, diante do Equador.

“Teve muita falta de respeito constantemente. Eu sou muito respeitoso, mas chegou uma hora que eu explodi. Queria conversar e não foi o melhor. Fiquei calado para não manchar o grupo, que veio de um terceiro lugar. Segui o meu caminho, mas agora posso me expressar”, declarou. “Em uma análise de vídeo que ele fez, acabou me culpando por alguma coisa. Obviamente, o jogador sabe quando faz ou não uma boa partida. Nesse jogo, me sentia bem individualmente. Mas me chocou muito a maneira como ele falou”, comentou o atleta à rádio Carve Deportiva.

Suárez negou que o jogador do Athletico tenha sido usado como gandula, como foi especulado, mas disse que o atleta se sentiu menosprezado. “Havia três sparrings (jogadores usados para completar e ajudar nos treinamentos) da sub-20 e fez o Canobbio fazer as coisas como eles. Não se pode envolver um jogador que está entre os 26 convocados para uma Copa América como se fosse um sparring. Isso me incomoda, entendo o Canobbio”, disse o experiente atacante, em entrevista à Directv Sports.

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Suárez revelou relação fria de Bielsa

Luis Suárez fez declarações contra Marcelo Bielsa e o volante Federico Valverde, do Real Madrid, concordou com os apontamentos. Suárez revelou que nos dias de convivência durante a Copa América houve muitas situações que geraram atritos. Uma delas teria sido um pedido da equipe a Bielsa para “pelo menos dar bom dia a eles”.

“Naquela altura, como capitão, disse aos jogadores que ia falar com o treinador, disse ao Giordano [diretor de seleções] que queria falar com o Bielsa para lhe dizer que estávamos todos no mesmo barco. Me sentei na frente dele, falei uns cinco minutos, disse que o apoiávamos, que respeitávamos as suas decisões. Ele olhou para mim e disse ‘muito obrigado, Luís’. Levantei e fui embora”, expôs. “Ele não me respondeu nada depois de cinco minutos que falei. Não tive nenhuma resposta. A partir daí aceitei que tinha que ficar sempre calado e respeitar o que ele dizia até continuar o meu caminho e tomar uma decisão sobre o que ia fazer na seleção”, concluiu.

Suárez se aposentou da seleção uruguaia na última Data Fifa. Ele é o maior goleador da história da equipe, com 69 gols em 143 partidas. “Ele não mentiu ou exagerou em nenhum momento. Acho que falo por mim e por todos os meus companheiros, quando digo que os assuntos devem ser resolvidos no vestiário. Suárez é ídolo de todo Uruguai e não precisa pedir permissão a ninguém para falar o que bem quiser”, corroborou Valverde.

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Giménez defende Bielsa

O zagueiro José María Giménez, do Atlético de Madrid, há cerca de uma década com a Celeste, defendeu Bielsa e afirmou que acredita que os problemas podem ser resolvidos.

“Todos que estão na equipe são responsáveis pelo ambiente, e não é fácil vincular-se a uma ideia diferente da que estamos habituados. O mais importante nisso tudo é que estejamos no melhor caminho para levar o Uruguai à Copa do Mundo”, declarou o defensor.

O goleiro Sérgio Rochet, do Internacional, comentou a situação ao desembarcar no país para os jogos contra Peru e Equador pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Rochet confirmou a veracidade do relato de Suárez, que afirmou que Bielsa não cumprimentava os jogadores durante a Copa América e impedia que funcionários da seleção convivam com os atletas. Mas o goleiro colorado afirmou que é papel do atual grupo resolver as questões.

“No meu modo de pensar, essas coisas são resolvidas a portas fechadas, não posso acrescentar nada mais publicamente do que já foi dito”, resumiu. “Tudo o que posso dizer é que ele disse coisas que aconteceram, ele tomou essa decisão (de torná-la pública), o que me corresponde hoje é estar aqui e tentar esclarecer essas coisas que aconteceram lá, mais do que qualquer coisa na Copa América, para tentar resolvê-las, para que o ambiente seja agradável para treinar, para trabalhar, que é o que todos nós queremos”, finalizou.

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