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Época de férias

Canil Municipal sofre com superlotação de animais abandonados em Santa Cruz

Foto: Lula Helfer

O local tem capacidade para 45 animais, mas está abrigando 65 bichos

Nesta época do ano, diversas famílias aproveitam as férias para viajar, porém, neste período, o número de animais que são abandonados cresce significativamente em Santa Cruz do Sul. Nos primeiros seis dias de janeiro deste ano, 21 protocolos de animais abandonados foram abertos e o Canil Municipal vem sofrendo com a superlotação. O local, que tem capacidade para 45 animais, está abrigando 65 bichos.

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Em entrevista à Rádio Gazeta, o secretário Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Raul Fritsch, contou que os casos de abandono são cada vez mais recorrentes e que essa época de férias é complicada. “As pessoas precisam entender que eles são tutores de um animal e que esse animal precisa comer, tomar água e não pode ficar, simplesmente, abandonado. Acontece muito de se colocar o animalzinho dentro do carro e largá-lo em qualquer rua, então aparecem os animais abandonados e a comunidade fica nos ligando. Isso é um crime de abandono”, afirmou.

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O médico-veterinário do Canil Municipal, Tiago Marques, que trabalha na instituição desde 2016, disse que todo ano, nesta época, o canil enfrenta o problema de superlotação por causa do abandono de animais. “Todos os anos, entre novembro e fevereiro, há um aumento significativo no número de abandono de animais. Nós temos trabalhado isso com a população e com a comunidade de forma geral, orientando e aplicando a lei quando nós temos a identificação de quem abandonou e de quem deixou esse animal nessa situação de vulnerabilidade”, explicou.

De acordo com Marques, a maioria dos animais que são abandonados são cães e gatos, mas o caso se aplica a todos os tipos de espécies, como os pássaros que são soltos das gaiolas.

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Conforme o secretário, uma das primeiras atitudes a serem tomadas ao se ter conhecimento de um abandono é fazer o boletim de ocorrência, que será encaminhada para a Secretaria de Meio Ambiente uma denúncia para que o fiscal e o veterinário façam a averiguação e avaliem se o caso será enquadrado na lei de maus tratos ou apenas a uma denúncia infundada.

O médico-veterinário explicou que o abandono é maus tratos e é também um crime ambiental. Então, para que o caso tenha todo o trâmite que precisa ocorrer nesse processo, é necessário o boletim de ocorrência, caso contrário a pessoa acaba em uma sanção administrativa por parte do município e o infrator, que comete o abandono, acaba não respondendo pelo processo civil e criminal. “O boletim de ocorrência é importantíssimo para que ele seja registrado, tanto de forma física, na Policia Civil, quanto de forma online, ou verificando o flagrante e fazendo o acionamento da Brigada Militar, que vai comparecer ao local, fazer o flagrante e entrar em contato conosco para que haja o recolhimento desse animal, assim como a averiguação dos maus tratos”, afirmou.

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Fritsch frisou que quem move todo o processo é o Estado, ou seja, a pessoa que denunciar apenas gera a denúncia, de forma anônima. O boletim de ocorrência deve ser feito quando se tem conhecimento da autoria dos maus tratos, para que alguém seja responsabilizado pelo crime. Já para cães abandonados, sem o conhecimento de um tutor, não há necessidade de fazer o boletim de ocorrência. A pessoa deve entrar em contato com o Canil Municipal para a abertura de um protocolo.

Em 2019, 744 protocolos foram abertos, mas, por falta de espaço no canil, apenas 707 animais foram recolhidos e 425 adoções ocorreram. Quem tem interesse em adotar um animal é só ir até o Canil Municipal, que fica na Rua Frederico Baumhardth, 2.581, no Bairro Dona Carlota, de segunda a sexta-feira, das 8 às 14 horas. De acordo com o médico-veterinário, diversas feiras de adoções estão programadas para janeiro e fevereiro, com o objetivo de diminuir a superlotação do canil.

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