O canil Santa Terezinha, localizado no Bairro São João, em Rio Pardo, foi visitado, na última segunda-feira, 29, pelo apresentador Richard Rasmussen, biólogo embaixador do turismo brasileiro pela Embratur, famoso por programas sobre animais nas principais emissoras de televisão aberta. O interesse foi despertado pela popularidade dos vídeos dos ovelheiros gaúchos nas redes sociais. O criador é o engenheiro Diego Lima Paz, neto do patriarca Batory Oliveira Paz, pecuarista que adquiriu a Fazenda Santa Terezinha em 1969, localizada no Passo do Adão, onde os cachorros atuam nas lides rurais, transportados em picapes.

Desde 2014, mais de 100 filhotes já foram produzidos e encaminhados para nove estados brasileiros, além de Uruguai e Estados Unidos. O trabalho de seleção genética tornou-se referência de melhoramento para mais de dez canis. Nas exposições, o canil é o único criatório a conquistar premiação de melhor da raça em eventos organizados por todas as instituições cinófilas ativas no Estado. Alguns vídeos publicados em redes sociais já alcançaram a marca de 100 mil visualizações.

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Diego explica que o fenótipo do tradicional ovelheiro gaúcho esteve ameaçado de extinção no início dos anos 2000. O canil foi um dos responsáveis pelo resgate e preservação da raça. Filé Mignon da Santa Terezinha, um macho amarelo osco, de 4 anos, é um dos animais mais destacados, pelas muitas premiações e desempenho fantástico no pastoreio. O conteúdo produzido por Richard Rasmussen está disponível em bit.ly/2ZOL297.

Presença na mídia

Em 2019, um filhote de 3 meses, cria de Khal Drogo da Santa Terezinha e Bella da Santa Terezinha, foi enviado para La Paz, no Uruguai. No mesmo ano, o canil foi apresentado por Amilton Lima, no programa Vitrine Rural, da Band. A música Caseiro, composta por Eduardo Muñoz e Ricardo Rosa, foi inspirada nos cães do canil. Diamante Negro da Santa Terezinha foi eleito o melhor da raça na exposição da Federação Gaúcha de Cinofilia, em Viamão. Diego enxerga a trajetória construída com a sensação de dever cumprido. “Preservamos a base genética mais antiga e garimpamos a genética dos exemplares de outros proprietários, que tornaram-se amigos”, destaca.

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Como tudo começou

Desde o início, a rotina da Fazenda Santa Terezinha envolvia diversos aspectos da lida campeira, como a doma dos cavalos, marcação de terneiros, carneação dos bois, manejo do gado de corte, ordenha das vacas de leite e inseminação para novas gerações do rebanho.

Na década de 1990, Marco Antônio Andrade Paz, o quarto filho de Batory, decidiu aprimorar os cães da raça ovelheiro gaúcho para um desempenho funcional nas lidas de campo e mangueira. Em 2000, três cães foram trazidos da Estância Monjolo Velho, em Butiá, regalo do proprietário José Fidelis Ramos Coelho, pela compra de seis touros da raça Santa Gertrudis. Um macho preto, batizado de “Bug”, por conta do Bug do Milênio – problema que afetaria computadores na virada de 1999 para 2000 –, destacou-se pela inteligência, docilidade e excelência no trabalho.

Aprimoramento genético

No cruzamento de Bug com as fêmeas na propriedade, a Santa Terezinha iniciou uma base genética sólida. Os primeiros produtos da seleção surgiram em 2003, com o nascimento de “Preto Veio”. Em 2006, com o objetivo de qualificar o plantel, foram adquiridos o macho “Urso Maior” e a fêmea “Lécy”. O que mais chamou a atenção dos Paz foi a movimentação impecável e postura imponente de ambos.

Pelo cruzamento de Preto Veio e Lécy, a propriedade ganhou exemplares importantes, como Bella da Santa Terezinha e GC Teimoso da Santa Terezinha. Já em 2013, Bibiana Terra da Santa Terezinha foi adquirida do amigo Márcio Oliveira. O canil Santa Terezinha foi oficializado em 2014, quando Diego Lima Paz retornou a Rio Pardo após concluir os estudos. A partir de então, os primeiros registros foram realizados. “Começamos o desafio de alcançar a excelência na criação de cães, assim como já tínhamos na pecuária de corte”, relata Diego.

Nova fase do canil

Em 2014, nasceu o macho Filé Mignon da Santa Terezinha, filho da Bella da Santa Terezinha, considerado um cão completo, bonito e funcional. No ano seguinte, o canil enfrentou dificuldades pela falta de experiência burocrática. A Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) não reconhecia registros da Sociedade Brasileira de Cinofilia (Sobraci) e Associação de Criadores de Ovelheiros Gaúchos (Acog).

Com isso, as ninhadas de Bibiana Terra da Santa Terezinha, em 2015, e Loira Faceira da Santa Terezinha, no inÍcio de 2016, ficaram sem o afixo quando foi feita a última e definitiva migração, para a CBKC. Em 2016, com a popularização do desempenho dos cães nas redes sociais, a primeira exportação da raça ocorreu com os filhotes GC Teimoso de Santa Terezinha e Doce Negrinha da Santa Terezinha, enviados para os Estados Unidos, com 4 meses de idade.

Premiações com o afixo Santa Terezinha

Com o afixo registrado na CBKC, a estreia em exposições ocorreu ainda em 2016. Na Expointer, em Esteio, Bibiana Terra da Santa Terezinha foi a grande campeã e Filé Mignon da Santa Terezinha recebeu o prêmio de grande campeão e melhor exemplar da raça.

Já em 2017, Bella da Santa Terezinha foi o melhor exemplar da raça na exposição Match do Kennel Clube do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Ela foi julgada por Telmo Souza Lima Filho, o maior especialista da raça, sendo um dos quatros cinófilos com colaboração na elaboração do padrão oficial CBKC.

Recomeço para GC Teimoso de Santa Terezinha

Em 2018, GC Teimoso de Santa Terezinha foi atropelado. Resgatado pelos proprietários, foi medicado e passou por cirurgia. Recuperado sem sequelas na movimentação, tornou-se estéril por causa dos ferimentos na genitália. Registrado, o animal conseguiu um excelente desempenho em exposições morfológicas.

Tornou-se grande campeão brasileiro, grande campeão pan-americano, vencedor das Américas e Caribe e grande campeão da Expointer. Dessa forma, passou a ser o exemplar mais pontuado de todos os tempos, com a quebra de recordes nos rankings gaúcho e brasileiro.

Contatos

O contato do Canal Santa Terezinha é 98165 4111. O site é ovelheirogaucho.com.br. Nas redes sociais, os endereços são facebook.com/ovelheirogaucho e instagram.com/ovelheirogaucho_staterezinha. O endereço do canil é Rua Almirante Alexandrino, 611.

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