Queixas persistem em relação ao concurso público da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, realizado nos dias 15 e 16 de fevereiro. Candidatos reclamam de diversos aspectos envolvidos na realização das provas. Três que participaram da seleção para o cargo de arquiteto – dois de Santa Cruz e um de Porto Alegre – entraram em contato com a Gazeta do Sul para elencar problemas. Segundo eles, grupos se formaram no Facebook para discutir alegadas falhas da Consulpam, a banca realizadora do concurso.
Uma das questões é o prazo para análise de recursos. A data original era 6 de março e foi prorrogada para o dia 13. Para alguns cargos, como arquiteto, a resposta veio somente nessa segunda-feira, 16, e, conforme os candidatos, de forma incoerente. “Amanhã (terça-feira, 17) vai sair a lista de aprovados e vão alegar que os prazos se esgotaram. Mas a resposta do recurso foi como se não tivessem analisado”, argumentou um candidato.
Em alguns casos, segundo os candidatos ouvidos, questões anuladas por erros de formulação representam 20% do total, o que afeta diretamente na classificação. “Há pessoas que fizeram por fazer. Outras estudaram e abriram mão de muitas coisas. É uma falta de respeito e consideração”, alegou um candidato. Outro ponto levantado é a repetição de questões dos concursos anteriores realizados pela empresa. “No contrato estava especificado que as questões deveriam ser inéditas.”
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O custo também teria ficado muito acima do previsto, que era de R$ 270 mil. O candidato, que teve acesso ao contrato, afirmou que o valor chegou a R$ 600 mil, pelo adicional de R$ 40,00 para cada candidato além do previsto. O total de inscritos foi de 24.231. “Pegaram uma banca de um valor distante pelo preço, mas essa cláusula tornou a vencedora da licitação mais cara”, enfatizou um candidato.
Também foram levantados outros questionamentos, como o caderno de questões nominal, diferente do que estava previsto no contrato; a falta de divulgação dos nomes dos inscritos para que todos pudessem conhecer os nomeados posteriormente; a falta de critérios dos fiscais nas salas e o fato de não ser permitido levar o caderno de questões para embasar possíveis recursos caso o candidato quisesse sair nas primeiras duas horas de prova.
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Respostas
Para um dos candidatos, a Prefeitura respondeu que “tudo que envolve o concurso é de responsabilidade da Consulpam. Não temos acesso aos critérios por ela utilizadas na avaliação dos recursos. Deve-se entrar em contato com a empresa para tirar as dúvidas e, caso julgue necessário, buscar os meios legais”. A Consulpam não respondeu a nenhum dos candidatos pelos canais de atendimento.
Conforme a coordenadora de Gestão de Qualidade e Transparência da Secretaria de Administração, Juliana Panke, há um procedimento em andamento no Ministério Público para investigar possíveis irregularidades na realização do concurso. As partes envolvidas já se encontraram, mas ainda não há um prazo para conclusão. “À princípio, se nada mudar até amanhã (terça-feira, 17), a classificação preliminar será divulgada”, informou. A Consulpam se comunica somente por e-mail e não havia respondido até o fechamento desta edição.
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