O ano de 2020 tem se mostrado um grande desafio para o setor cultural, em nível nacional e também em Santa Cruz do Sul. Com espaços fechados e impedidos de realizar a maioria de suas atividades em razão da pandemia do coronavírus, os profissionais têm buscado alternativas para ganhar a vida, como apresentações online – as chamadas lives –, além do auxílio emergencial e, mais recentemente, incentivos por meio da lei Aldir Blanc.
Nesse sentido, a Gazeta do Sul abriu espaço para que os sete candidatos à Prefeitura de Santa Cruz do Sul apresentem suas ideias e propostas para o setor, pensando tanto no curto prazo e necessidade de superar as dificuldades impostas pela pandemia como no médio e longo prazo, para que os profissionais efetivamente tenham possibilidades e oportunidades no município nos próximos quatro anos. Dos candidatos, apenas Irton Marx, do Solidariedade, não encaminhou resposta.
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O que eles propõem
ALEX KNAK (MDB)
Pretende criar espaços voltados à cultura (Teatro Municipal, concha acústica, Centro Cultural, espaços para oficinas e exposições). Fomentar os eventos tradicionalistas, étnicos, culturais e artísticos. Propiciar aos artistas locais incentivos e oportunidades de apresentarem a sua arte (como o Programa Prata da Casa) Incrementar atividades artísticas e culturais nas escolas (como o projeto Escritor Estudantil).
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Disponibilizar uma página online onde conste um repositório de obras e documentos de interesse local, para enriquecimento cultural e histórico. Criar um canal no YouTube, divulgando os eventos, artistas e ações realizadas. Criar uma orquestra municipal. Capacitar os profissionais atuantes no ramo cultural e os próprios artistas, de todas as vertentes.
Realizar o festival de corais. Descentralizar a cultura pelos bairros, por meio de oficinas. Organizar o inventário do patrimônio cultural artístico edificado, integrando o roteiro cultural do município. Valorizar a cultura do samba, que também tem um viés turístico importante.
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CARLOS EURICO PEREIRA (NOVO)
“Cultura é fundamental para qualquer sociedade”, diz Carlos Eurico. “Devemos mantê-la e incentivá-la, sempre. Ter uma secretaria específica ou um departamento de uma outra secretaria não define o interesse pela gestão municipal e nem garante os resultados que podem ser obtidos. Com as restrições impostas pelos decretos municipais e estaduais, os setores que envolvem a Cultura sofreram muito.
Devemos debater com os entes municipais e estaduais para que se revise e se defina protocolos que agilizem o retorno das atividades culturais, sempre mantendo a segurança e a prevenção à Covid-19. Podemos revisar conceitos em torno de drive-ins para apresentações ou mesmo apresentações em palcos respeitando o distanciamento. O setor de Cultura precisa estar fortemente ligado com o Turismo, pois a combinação destes deve gerar recursos financeiros provindos de apresentações privadas e públicas.”
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FREDERICO DE BARROS (PT)
Propõe estabelecer um orçamento da Secretaria Municipal da Cultura (SMC) para financiar a cadeia artística através de editais, bem como lançar uma estrutura dentro da secretaria para a difusão de informações sobre editais lançados por empresas, órgãos públicos e outras instituições.
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Defende estruturar a SMC por departamentos correspondentes às áreas do Conselho Municipal da Cultura e realizar anualmente uma Conferência Municipal de Cultura para estabelecer comunicação com outros municípios, para intercâmbio, aprimoramento e compartilhamento de ideias.
Pretende instituir o Programa de Estímulo à Produção de Teatro Estudantil e Amador, implantar o Sistema Municipal de Incentivo à Cultura, propor a criação de lei municipal de incentivo com abatimento de impostos municipais, como IPTU e ISSQN, e fortalecer o Conselho Municipal da Cultura.
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HELENA HERMANY (PP)
Na avaliação de Helena, o segmento foi extremamente abalado pela pandemia. “Muitos artistas e prestadores de serviço sofreram com a impossibilidade de colocar em prática suas atividade, as quais serviriam para garantir a execução de projetos, o sustento de inúmeros profissionais e suas famílias. Estamos preocupados com a situação e a retomada das múltiplas iniciativas do meio cultural que não foram realizadas. A cultura é parte fundamental da nossa história e da vida dos santa-cruzenses.”
A candidata propõe, em caráter de urgência, um projeto de lei específico para a área cultural, visando fomentar e destinar recursos ao Fundo Municipal de Cultura. Pretende também executar oficinas multiculturais junto à Praça da Cultura, com a aquisição de mobiliário, instrumentos e equipamentos e a criação de um “Mercado Público de Artes e Cultura”, além de fortalecer os eventos e incentivar a criação de novas manifestações culturais locais.
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JAQUELINE MARQUES (PSD)
“A administração do prefeito Telmo Kirst criou a Secretaria Municipal de Cultura justamente por entender a necessidade de nos dedicarmos a esse segmento, que por muitas e muitas gestões ficou à margem das ações de governo”, diz a candidata.
“Queremos fortalecer ainda mais a secretaria, criando um setor que preste assessoria na elaboração de projetos, bem como criar legislação que organize a participação dos artistas nos eventos. Elaborar agendas culturais para que os artistas estejam presentes em nossa cidade. O Mercado Público que nós elaboramos terá espaço para os artistas e artesãs também, como forma de valorização e fomento. É fundamental que a administração seja a ponte que liga as setoriais da cultura com os espaços públicos frequentados pela comunidade.”
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MATHIAS BERTRAM (PTB)
Para Mathias, quando o cidadão tem a oportunidade de conhecer as experiências e vivências dos usos e costumes de grupos sociais diferentes do seu, as ideias se ampliam, o pensamento se abre e a capacidade criativa entra em uma condição de liberdade que permite àquele cidadão, antes “preso” ao “seu mundo”, estabelecer novas possibilidades de crescimento e evolução social, intelectual, emocional e até econômica.
Diante disso, o setor da Cultura merece maior atenção do Poder Público, tanto no engajamento político, promovendo a interação e envolvimento dos setores público e privado na promoção da cultura, quanto no suporte necessário para que os eventos e projetos sejam adequadamente planejados, produzidos e ofertados à população. Ele propõe a criação de uma Lei de Incentivo à Cultura Municipal; criar e implementar um programa de atividades culturais com ações durante todo o ano; e destinar recursos municipais para fomento de atividades na área.
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