Pelo terceiro ano consecutivo, o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Candeeiro da Amizade, de Vera Cruz, disputou a final do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), realizado de 14 a 17 de novembro, em Santa Cruz do Sul, como único representante da 5ª Região Tradicionalista (RT) na categoria Danças Tradicionais Força A. Apesar de não ter ficado entre os cinco primeiros colocados, o grupo garantiu a melhor performance da história da invernada no maior festival amador de arte da América Latina: o 10º lugar na classificação.
Ao todo, 32 dançarinos, distribuídos em 16 casais, levaram ao palco do Parque da Oktoberfest a temática “Alma Pampa”, apresentação que deu continuidade à narrativa do festival de 2023. Com coreografias marcantes e composição de música inédita, os Candeeiranos levaram sua mensagem em um nível de competitividade altíssimo. Passados quatro dias do evento, o responsável técnico, Alex Von Martin, garante que, para estar entre os dez melhores da competição, a preparação foi intensa. Os ensaios realizados duas vezes por semana foram intensificados para quatro, a partir do mês de outubro.
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E essa preparação não incluiu apenas a simples apresentação no tablado. Antes mesmo do evento acontecer, houve muita dedicação e entrega. O grupo realizou diversas promoções para arrecadar recursos, como venda de pizzas, rifas e jantares. Ainda, contou com o aporte de empresas interessadas em contribuir com o projeto via Lei Rouanet.
Para Alex, o momento destaque do Candeeiro no Enart 2024 foi a classificatória, ainda no sábado, 16, em que o grupo esteve entre os cinco primeiros colocados. “Hoje temos a décima melhor Invernada Adulta do Rio Grande do Sul na nossa região, o grupo conseguiu levar para o tablado do Enart uma linda temática e danças executadas com maestria. Sabemos que o processo é construtivo, e às vezes um pouco demorado, mas o Candeeiro vem conquistando o público, consolidando o seu nome e ganhando posições”, destacou.
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Emocionado, o coordenador artístico, Flavio Silva, acredita que o resultado representa uma grande responsabilidade para uma invernada iniciante na Força A a nível estadual e um marco de crescimento constante. “É a prova de que nosso trabalho sério e nossa resiliência estão valendo a pena”. Segundo ele, um momento marcante foi a apresentação de domingo, 17. “Conseguimos emocionar o público e sentir o retorno caloroso da torcida. A emoção e o entusiasmo foram palpáveis, valorizando nosso trabalho e nos dando reconhecimento em nível municipal, regional e estadual”.
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Sobre o futuro, Alex e Flavio garantem que o plano continua sendo atingir o melhor resultado possível e estar entres os cinco melhores do festival. A ideia inclui manter o elenco atual e ampliar o desenvolvimento de novos talentos com investimento em novas coreografias e técnicas, sempre buscando inovação.
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Entenda a temática “Alma Pampa”
A história do Rio Grande do Sul é marcada por longas e difíceis guerras, travadas palmo a palmo na própria pampa. Desde o desmantelamento das missões jesuíticas, no século XVIII, passando pela Guerra Cisplatina (1825-1828) até a grande epopeia farroupilha, que durou dez anos de exaustão (1835-1845), os gaúchos e as gaúchas tiveram que reconstruir diariamente sua força e fé em dias melhores.
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É nesse contexto sócio-histórico, na metade do século XIX, que o CTG Candeeiro da Amizade, da 5ª Região Tradicionalista, apresentou, no Encontro de Arte e Tradição Gaúcha, um tema ambientado no pós-guerra, especificamente em 1851. Nesse período, o Rio Grande do Sul, devastado por uma década de conflitos, busca encontrar no solo fértil da Pampa a esperança de um novo começo. A apresentação deste ano dá continuidade à narrativa do festival de 2023. Se no ano passado pedimos perdão à Pampa Pietá pela reconstrução do pago, neste ano celebramos a Pampa Gaúcha.
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- Instrutores e responsáveis técnicos : Alex Von Martin, Bruna Rafaela Kohl e Toni Sidi Pereira
- Coreógrafo: Luis Afonso Ovalhe Torres
- Pesquisa e contexto de apresentação: Gabriel de Souza
- Musical: Cristiane Gomes, Juliano Eloy, Dênis Magalhães, Elias Coimbra, Ernesto Piovesan e Artur Da Silva Eloy
- Composição de música inédita: Alexandre Brunetto
- Coordenação artística: Flavio Silva
Relembre os melhores momentos do Candeeiro:
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