O Instituto Nacional de Câncer (Inca) alerta que a prevenção e o diagnóstico precoce são elementos fundamentais para salvar vidas quando o assunto é câncer, inclusive o de cabeça e pescoço. O aviso tem como objetivo esclarecer a população sobre os cuidados necessários para evitar o surgimento ou evolução desses tipos de tumores.
Os cânceres de cabeça incluem a cavidade oral, desde os lábios até as glândulas salivares, enquanto o pescoço tem a parte da orofaringe mais laringe e glândula tireoide. Somando todos esses tipos, a estimativa do Inca para o triênio 2020/2022 é que os cânceres de cabeça e pescoço atinjam 19,5 mil novos casos por ano para homens e 17.140 novos casos por ano para mulheres, totalizando 36.640 novos casos por ano no período.
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A informação é da dentista e sanitarista Adriana Atty, da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Redes, da Coordenação Geral de Prevenção e Vigilância do Inca. O câncer de orofaringe se desenvolve em tecidos como a base da língua, amígdalas, o palato mole e as paredes laterais da orofaringe.
Sinais
Excetuando a tireoide, as outras regiões têm sinais de alerta que facilitam a identificação de cânceres. Na cavidade oral, por exemplo, Adriana disse que os sinais mais importantes são lesões que não cicatrizam por até 15 dias. “Lesões persistentes na cavidade oral são sinal de alerta. Precisam ser investigadas”. A dentista deixou claro que não necessariamente as lesões que fiquem na boca por mais de 15 dias podem ser câncer; mas, de qualquer forma, necessitam de investigação.
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Do mesmo modo, nódulos no pescoço têm que ser investigados. Outros sinais de alerta são mudanças na voz, rouquidão, dificuldade para engolir, dificuldade na mobilidade da língua e, em consequência, dificuldade para falar ou mastigar. Adriana Atty observou que esses sinais vão piorando e quando se registra dificuldade para mastigar e engolir, “pode-se dizer que esse tumor está mais evoluído”.
Prevenção
Há fatores de risco importantes para o câncer de cabeça e pescoço. Entre eles, Adriana Atty citou o consumo de tabaco. O mesmo se aplica para os cigarros eletrônicos. “É um mal. Não usem. É mentira dizer que o cigarro eletrônico é inofensivo”. Junto com o narguilé e o cigarro convencional, o cigarro eletrônico e mascar tabaco, “tudo isso é fator de risco para o câncer”, apontou Adriana.
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O consumo excessivo de álcool junto com o tabaco aumenta ainda mais o risco de desenvolver câncer nessa região. Do mesmo modo, a exposição ao sol exige proteção para os lábios. Principalmente pessoas que trabalham expostas ao sol devem se proteger, observou a pesquisadora. Além de uma alimentação pobre em frutas, legumes e verduras, outro fator de risco é o vírus HPV. “Existem subtipos que estão relacionados ao câncer de cabeça e pescoço, principalmente na região da orofaringe”, disse Adriana.
“Se nós pudéssemos eliminar esses fatores de risco, estaríamos prevenindo, só na cavidade oral, para se ter uma ideia, 95% dos casos em homens e 92% entre mulheres”, destacou. Por isso, segundo ela, é importante disseminar, ao máximo, os fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce. Diante dos sinais de alerta, é muito importante procurar profissionais de saúde. Ela salientou, inclusive, a importância dos cirurgiões-dentistas para o momento de diagnóstico precoce. No Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento é realizado em estabelecimentos habilitados em oncologia.
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Tratamento
Quando o tumor é diagnosticado no início, o tratamento principal é a cirurgia. Remove-se o tumor e o prognóstico relacionado à sobrevida e à qualidade de vida é maior, porque mutila-se menos o paciente. Outros tratamentos oncológicos incluem radioterapia e quimioterapia. Adriana ressaltou que para controlar o câncer de cabeça e pescoço, é necessário ter a população bem informada, mostrando a ela que é preciso investigar se é ou não um câncer, reiterando o malefício que é fumar e consumir bebida alcoólica e, também, destacar a importância de se proteger durante o sexo oral.
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