Regional

Campanha vai dar novo estímulo ao comércio regional

A quinta edição de 2022 do Projeto Gerir – Workshops de gestão organizacional foi realizada na noite dessa quarta-feira, 23, no auditório da Procuradoria-Geral do Município, e teve como tema a economia circular. O evento também serviu como palco para o lançamento do movimento “Comprar aqui é bom demais”, realizado pela Gazeta Grupo de Comunicações junto às entidades representativas de classe. O objetivo é incentivar a população a adquirir produtos e serviços nos municípios, para que a economia local possa girar a partir dos seus próprios recursos.

“É um movimento que precisa ser constante e permanente para que efetivamente a qualidade de vida das nossas comunidades melhore cada vez mais”, disse Jones Alei da Silva, gestor executivo da Gazeta, ao abrir sua fala. Na sequência, foi a vez do diretor de Marketing da Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI), Lucas Rubinger. Como exemplos de campanhas anteriores que mostraram resultados positivos, ele citou a Duplica 287, que tinha como propósito a duplicação da RSC-287, e também a iniciativa pela duplicação do trecho urbano da BR-471. Ambas alcançaram seus objetivos.

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A proposta inicial apresentada abrange os 16 municípios integrantes da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), cuja população supera 390 mil pessoas, e busca manter o dinheiro circulando localmente, bem como atrair recursos externos. “Temos diversos servidores públicos de instituições como a Receita Federal, o Exército e outros órgãos que recebem dinheiro de fora e podem gastar aqui nas nossas lojas”, afirmou Rubinger.

Lucas Rubinger, diretor de Marketing da ACI, apresentou alguns objetivos e ideias para o movimento lançado nessa quarta-feira

Além de fazer essa circulação econômica no comércio local, o diretor de Marketing da ACI disse que é possível atrair recursos de fora por meio do turismo ou pela oportunidade de adquirir melhores produtos e serviços. Rubinger destacou a importância de incentivar os empresários a venderem por meio da internet para aumentar a competitividade. “Durante a pandemia, nós nos adaptamos rapidamente e as entregas eram feitas por motoboys, como uma pizza, o que já ocorre há décadas”, salientou. Disse que essa é uma possibilidade para concorrer com as vendas eletrônicas, nas quais o dinheiro local é destinado para outros municípios e até mesmo outros estados.

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Ele também provocou as entidades representativas de classe a realizar pesquisas entre os associados para verificar quantos deles fazem vendas online. “E aqui está valendo rede social, WhatsApp, qualquer forma de compra pela internet. Se possível, vejam também quais são os produtos e vamos ajudar essas pessoas a vender pela internet.”

Falou ainda sobre a necessidade de identificar quais são os motivos que fazem as pessoas preferirem o comércio eletrônico em detrimento do local. “Temos que saber se é preço, qualidade, entrega ou o que for. Não vamos ganhar todas, mas podemos ganhar a maioria, e para isso é fundamental saber quem são os outros agentes e onde nós estamos perdendo”, completou.

Jones Alei da Silva ressaltou que o movimento é apenas uma semente e é necessário o envolvimento e o empenho de todos para que ela se torne uma flor. “Temos que criar essa consciência na população. Não estamos sendo bairristas e nem nada disso, o que queremos é criar um ambiente positivo.” Concluiu convidando a todos para que encarem esse desafio. “Sabemos que os iguais unidos são mais fortes, e nós podemos mais se não desperdiçarmos tempo e recursos comprando fora.”

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Painelistas debateram a economia circular

Além da discussão sobre o fortalecimento da economia local, o Gerir debateu o conceito de economia circular. Os painelistas convidados foram o economista Luiz Antonio Morais do Nascimento, professor da Unisc, e Igor Stertz, gerente regional do Sicredi Vale do Rio Pardo. Stertz iniciou sua apresentação mostrando como a cooperativa angaria recursos e investe em projetos e oferta de crédito para os moradores da região. “Todo o dinheiro que é captado na região fica aqui, ele não é partilhado com outras cooperativas”, explicou.

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Como exemplo, citou os programas de fomento à instalação de sistemas de geração de energia fotovoltaica, cujo crédito já foi ofertado para mais de 3 mil pessoas e resultou em uma economia de R$ 179 milhões desde 2017. “Esse dinheiro não foi para a concessionária, ele ficou aqui e acreditamos que tenha contribuído para o desenvolvimento dos nossos municípios.”

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Já Nascimento enfatizou que a economia é muito mais do que dinheiro e o mercado de capitais. Para elucidar, usou um conceito segundo o qual a economia é a ciência que trata dos recursos escassos, e explicou que o dinheiro é um desses recursos escassos. Portanto, a população não está disposta a desperdiçá-lo. Também destacou a importância de manter esse dinheiro circulando internamente para fomentar a geração de emprego e renda nos municípios da região. Por fim, lembrou que a mudança proposta não deve ter efeito imediato, mas deve ser incentivada para que os resultados sejam vistos no futuro.

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