No momento em que a saúde é um tema de interesse geral, a Emater/RS-Ascar lança a campanha Ano Internacional das Frutas e Verduras. O objetivo é destacar 2021 como o ano das frutas e verduras e sensibilizar as famílias rurais e a população em geral sobre a importância da produção e consumo de tais alimentos.
O assistente técnico regional de produção vegetal da Emater/RSAscar de Soledade, Vivairo Zago, explica que a campanha está sendo realizada em nível estadual e surgiu depois que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura decretou 2021 como o ano internacional das frutas e verduras. “É uma campanha para incentivar a produção de vegetais e também incentivar o consumo desses produtos saudáveis. E, claro, diretamente terá um benefício para o setor produtivo e quem produzir esses alimentos terá uma demanda maior.”
LEIA MAIS: Escolas da rede municipal substituem processados por alimentação mais saudável
Publicidade
Zago detalha que, devido à pandemia, fica impossibilitada a realização de oficinas. Por isso, mensalmente serão divulgados materiais informativos com os vegetais de cada época e a forma de preparo de derivados. “Os municípios serão orientados sobre como proceder nessa campanha e a incentivar, divulgar e trabalhar a questão do cultivo propriamente dito e também o consumo e preparo das frutas e verduras, considerando que são bastante propícias à alimentação humana.”
A partir do calendário de plantio e manejo de frutas e verduras mês a mês, a Emater irá elaborar e divulgar materiais técnicos sobre as boas práticas de produção, qualidade nutricional e benefícios para a saúde. Também será organizada uma atividade online em outubro, durante a Semana da Alimentação, abordando a valorização e benefícios para a saúde, sustentabilidade da cadeia, rastreabilidade e impacto social e comercialização de frutas e verduras.
LEIA TAMBÉM: Programa de Aquisição de Alimentos volta a funcionar em Vera Cruz
Publicidade
SEM TEMPO RUIM
A aposentada Miriam Limberger, de 62 anos, vai à Feira Central de Santa Cruz do Sul nos três dias da semana em que o local é aberto para vendas. Ela foi até lá ontem, mesmo com a chuva incessante. Conta que sempre procurou manter uma alimentação saudável. Para Miriam, as feiras são uma forma de incentivar o trabalho dos produtores e de dar continuidade à rotina mais natural. “Compro de tudo. Alface, rabanete e pão eu também adquiro aqui, sempre. É bom porque a gente sabe que não tem tanto agrotóxico.”
Com a pandemia, mais pessoas passaram a consumir hortigranjeiros obtidos diretamente do produtor. “Muitos começaram a fazer as refeições em casa e o pessoal começou a procurar mais as feiras”, comenta o produtor Giovani Fritzen, de 48 anos, que também comercializava seus produtos ontem, na Feira Central, junto da esposa Luciane Fritzen, de 49 anos.
Publicidade
Para a agricultora de Linha João Alves, Liria Heck, de 55 anos, as pessoas até desejam uma alimentação mais saudável, mas muitos enfrentam a crise financeira. “Diminuiu um pouco as minhas vendas”, conta a produtora, que depende da comercialização nas feiras para sustentar a família.
LEIA MAIS: Consumo de alimentos ultraprocessados cresce na pandemia
Ideia é ampliar o setor em Santa Cruz do Sul
De acordo com a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, são 80 produtores cadastrados para participação nas feiras do município. A fruticultura, conforme o titular da Secretaria de Agricultura, Hardi Lúcio Panke, é uma das prioridades da atual administração. O intuito da pasta é ampliar os pontos de vendas dos produtores e oferecer mais opções ao consumidor. “Estamos revitalizando a Feira Central. Queremos torná-la um mercado público futuramente, se assim os produtores quiserem, para o aproveitamento dos sete dias da semana, não apenas de três”, revela o secretário.
Publicidade
Também segundo Panke, o objetivo é aumentar o leque de opções ao consumidor, valorizando mais os trabalhadores locais. “Queremos vender schmier e vários outros produtos, para que possamos agregar valor. Porque hoje, em Santa Cruz, entram toneladas de frutas e de schmier que poderiam ser produzidas aqui e agregar valor para o produtor rural. Existe muito espaço para se crescer”, afirma.
O secretário da Associação Santa-cruzense dos Feirantes (Assafe), Danilo Hentschke, afirma que é antiga a busca pela ampliação dos pontos das feiras. “As pessoas podem ter certeza sobre a procedência e qualidade de um produto que vem direto do produtor ao consumidor.”
LEIA TAMBÉM: Como cuidar da alimentação para manter a imunidade das crianças
Publicidade
Proteção para o ser humano
Comer bem e inserir produtos de origem orgânica na alimentação faz parte de um estilo de vida, segundo a nutricionista da Unisc, Fabiana Assmann. “As frutas e verduras têm um papel protetor superimportante para a saúde do ser humano. Quando são orgânicos mais ainda, pois têm compostos bioativos responsáveis por muitas funções, por exemplo, antioxidantes do sistema imunológico, para fazer nosso organismo funcionar bem”, salienta a profissional. Fabiana destaca que a redução do consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gordura saturada e açúcar, e o aumento do consumo de alimentos ricos em fibras, nutrientes e compostos bioativos, são fatores que protegem o organismo.
LEIA MAIS: Merenda escolar pode ter papel protetor contra doenças crônicas