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Famílias

Campanha alerta para os danos causados pela alienação parental

Foto: Pixabay

Na semana passada foi comemorado o Dia Internacional de Combate à Alienação Parental. A data celebrada em 25 de abril alerta para o problema. Uma live nesta segunda-feira reunirá especialistas sobre o tema e abordará a Campanha Filho Não é Mobília, que busca a conscientização de pais e famílias a respeito dos danos causados pela separação entre os filhos e um dos pais.

Em entrevista ao programa Radar, da Rádio Gazeta, o consultor político e idealizador da campanha, Márcio Leopoldo Maciel, explicou do que se trata a alienação parental. “É um fenômeno muito comum em separações. Pode acontecer também durante a união, quando um dos genitores tenta minar a relação da criança com parentes ou com o outro genitor. Por exemplo: o casal se separa e um dos pais diz que a criança não deve gostar do outro, há um caráter de manipulação psicológica”, relatou. Também pode ocorrer quando um dos pais se muda com a criança para outra cidade, causando uma exclusão também física.

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Segundo Márcio, a tentativa de destruir a relação do genitor com a criança geralmente ocorre para punir o ex-parceiro ou ex-parceira, utilizando as crianças para fazer a outra pessoa sofrer. A campanha visa conscientizar e mudar a percepção que se tem sobre a relação dos pais separados e seus filhos. “É comum que após o divórcio um dos pais pegue a criança subitamente e se mude para outro município; no entanto, a lei proíbe isso. O Código Civil veda essa mudança, independente do regime de guarda e da situação conjugal.”

O grupo que organiza o evento e estuda o tema é composto por pessoas que sofreram alienação parental, que trabalham com isso ou possuem interesse intelectual no assunto. A opinião dos membros é que a Lei de Alienação Parental deve ser cumprida, já que o afastamento de um dos pais é ruim para a criança. Mas o grupo também defende um aprimoramento da lei.

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“É uma mudança cultural que precisa ser feita. Pesquisas nos últimos 40 anos mostram que a criança com guarda unilateral tem várias dificuldades, baixa autoestima e problemas educacionais por conta da ausência de um dos pais.”

A psicóloga e também uma das idealizadoras da campanha, Roselaine Pereira da Silva, comenta ainda que a separação não deve ser um problema. “Quando um casal não dá mais certo, não tem mais a sintonia para viver junto, é mais adequado a separação. Porém, a maioria das pessoas não consegue passar por esse processo de uma forma mais adequada e menos sofrida, pois envolve muitos rancores e mágoas. Quando um casal se separa, vêm à tona muitos conflitos não resolvidos e o alvo mais fácil, infelizmente, são os filhos”, comenta a especialista.

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Turbilhão de emoções

A separação em si não é o problema, de acordo com a psicóloga Roselaine Pereira da Silva, mas sim o turbilhão de emoções e os conflitos que são gerados. Os sinais de que um dos genitores está tentando alienar ou afastar a criança do convívio do cônjuge devem servir de alerta. “Na psicologia se tem muito cuidado, de escutar com muita atenção este tipo de discurso. Quando uma parte acusa a outra de estar fazendo mal para o filho, na maior parte das vezes, pela minha experiência – em 90% dos casos –, é indício de alienação parental.”

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que os divórcios aumentaram 75% nos últimos cinco anos, e com o período de pandemia a situação se agravou. “O momento pandêmico acirrou muitas dificuldades e tudo desemboca nos relacionamentos familiares. A gente tem visto as pessoas ficando reclusas e a energia que fica dos conflitos não tem para onde sair.”

Para Roselaine, os adultos nem sempre conseguem resolver suas dificuldades de forma adequada. Problemas e frustrações acabam sendo colocados nos outros membros da família, quando deveriam ser canalizados para outras atividades como leitura, meditação ou exercício físico.

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Confira

A live especial da Campanha Filho Não é Mobília será realizada nesta segunda-feira, a partir das 20 horas. Participam do evento o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati; o advogado Guilherme Collin e o idealizador da campanha, Márcio Leopoldo Maciel. A transmissão poderá ser acompanhada online pela página do Facebook Alienação Parental Brasil.

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Colaborou Rosemar Santos.

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