Foi lançada, na noite desta quinta-feira, 7, a campanha de Conscientização sobre Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes do Município de Vera Cruz. O encontro, que contou com a presença de integrantes da rede de atendimento e autoridades municipais, aconteceu na Câmara de Vereadores e enfatizou a importância da denúncia por parte da população, principalmente pelo Disque 100.
A intenção da campanha é promover o enfrentamento ao abuso sexual, que aumentou desde o início da pandemia. O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), Rubi Leo Eichwald, salientou que o objetivo é reduzir tais índices. “Buscamos fortalecer cada vez mais a divulgação do material que estamos apresentando e, através de todas as áreas envolvidas, queremos diminuir as arestas que temos dentro da nossa rede.”
No mês de maio é realizada, nacionalmente, a campanha Maio Laranja, que tem como tema o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Nos próximos dias, as escolas de Vera Cruz vão receber dois tipos de materiais informativos, um para cada faixa etária. “Esse material não vai ser simplesmente entregue. Os jornais serão trabalhados dentro das escolas e com a pedagogia correta de acordo com a faixa etária. Não é apenas uma panfletagem”, explicou Meline Kern, secretária do Comdica de Vera Cruz.
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Os informativos, em formato de jornais, foram profundamente analisados antes do lançamento. A secretária municipal de Educação, Micheli Katiani Rech, comentou que, muitas vezes, é difícil levar informações desse tipo para os alunos. “O professor tem certa dificuldade em abordar a temática porque é julgado, mas é nosso dever enquanto educador levar esses materiais. Além disso, a gente informa e solicita para nossos professores, que, em qualquer suspeita é necessário denunciar”, colocou.
Números apresentados no lançamento pelo Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas) mostram que em 2020 foram 11 casos registrados e em 2021 subiu para 15. Destes, 17% são referentes a crianças de 0 a 6 anos, 20% de 13 a 17 anos, e 63% de 7 a 12 anos. Além disso, muitos casos não são notificados (subnotificação) e acabam sendo registrados após anos do fato ocorrido.
A psicóloga Juliana Rosa frisou que a maioria dos casos estão na faixa etária entre 7 e 12 anos. “Essas crianças, na escola ou nos meios onde convivem, podem estar se expressando mais, diferente das de 0 a 6, e também das de 13 a 17, que muitas vezes têm medo de falar, porque vão ser julgadas. É uma realidade muito triste, as pessoas julgam muito esses adolescentes que são vítimas de uma violência imensurável, irreparável.”
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O coordenador do Conselho Tutelar, Lucas Gonçalves, falou sobre dados do Estado. De acordo com o conselheiro, foram mais de seis mil denúncias no Rio Grande do Sul, no ano passado. “São essas denúncias que fazem com que a gente atue.”
O conselheiro Sandro Schipper também falou durante o encontro e enfatizou que relação sexual com menores de 14 anos é crime, independente de consentimento. “Essas denúncias devem ser feitas. É crime. É preciso deixar bem claro isso para a comunidade.”
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