Esta quinta-feira, 9, foi mais um dia marcado por manifestações lideradas por caminhoneiros em todo o Brasil. No Vale do Rio Pardo, as mobilizações ocorreram em dois pontos: no entroncamento da RSC-287 com a BR-471 em Santa Cruz do Sul, ponto conhecido como trevo do Gaúcho Diesel, e no quilômetro 10 da RSC-453, em Venâncio Aires, no acesso à localidade de Linha Palanque. Conforme a concessionária Rota de Santa Maria, outros dois bloqueios foram registrados na RSC-287, nos quilômetros 81 e 138.
No início desta noite, porém, os manifestantes se dispersaram. Conforme um dos caminhoneiros envolvidos no ato, Sebasthian Pereira, uma nova paralisação será decidida nesta sexta-feira, 10. A divulgação de uma nota do presidente Jair Bolsonaro no fim da tarde desta quinta arrefeceu as mobilizações. Bolsonaro afirmou que proferiu palavras “no calor do momento” e que as devidas medidas judiciais serão tomadas.
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Segundo Pereira, outros segmentos se incorporaram ao movimento. “Não estamos contentes com o que está acontecendo no país. O preço dos combustíveis está muito alto. O STF faz o que quer e o povo não tem voz e não tem vez. Não queremos prejudicar ninguém”, comentou. O empresário Júlio César Ferreira Arruda prestou apoio aos manifestantes. “Fomos convocados para prestar apoio ao ato a favor do presidente Jair Bolsonaro. Ajudamos os caminhoneiros e estamos mobilizados pelas pautas levantadas no dia 7, contra o STF e pela liberdade”, destacou.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) atuaram para negociar a liberação do trânsito em alguns pontos, que haviam sido totalmente interrompidos em determinados períodos do dia. Ouvintes da Rádio Gazeta chegaram a relatar ameaças de um pequeno grupo de manifestantes, que tentavam forçar a parada de motoristas.
Bolsonaro divulga ‘Declaração à Nação’
O presidente Jair Bolsonaro divulgou um texto intitulado “Declaração à Nação” nesta quinta-feira, no qual afirma que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos poderes”. Segundo o texto, “as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e a economia”.
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A divulgação da declaração foi um conselho a Bolsonaro do ex-presidente Michel Temer. Na manhã de quinta, Bolsonaro mandou um avião para São Paulo, a fim de buscar o ex-presidente para um almoço no qual discutiram a crise institucional. No texto, o presidente credita a crise a “discordâncias” em relação a decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e afirma que essas questões “devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Artigo 5º da Constituição Federal”.
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