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Caminhoneiros criam estratégias para se proteger de ataques

Além das toneladas de tabaco que transporta entre São Lourenço do Sul e Santa Cruz, Gilnei Timm, 44 anos, carrega o receio de ser o escolhido pelos criminosos especializados nos roubos de cargas. Nas últimas semanas, diversos ataques a motoristas foram registrados na região. De dezembro a agosto, meses da comercialização, o fumo desperta o interesse dos assaltantes pela rentabilidade. Conforme a polícia, esses criminosos são extremamente organizados. Como forma de tentar se proteger, os caminhoneiros também adotam estratégias.

Circular em comboios tem sido a principal alternativa encontrada pelos condutores como forma de tentar inibir a ação dos assaltantes. É assim que Timm faz o trajeto de 230 quilômetros entre a Região Sul e o Vale do Rio Pardo. Somente na última semana, percorreu o mesmo caminho seis vezes. Sempre acompanhado de outros dois ou três caminhoneiros. “A gente procura agendar o mesmo horário para a entrega e vem junto.” Na cabine vai também o produtor, que costuma acompanhar a comercialização. Ainda assim, em alguns trechos mais ermos, confessa, a apreensão é maior. “Nesses pontos mais desertos, a gente tem que ficar mais atento.”

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O motorista e produtor de tabaco Gilnei Timm, de São Lourenço do Sul, trafega em comboios ]

Foto: Rodrigo Assmann

Só trafegar durante o dia é a principal estratégia adotada por Sidmar Mueller, de 38 anos. Ele opta por carregar e entregar o produto durante a manhã ou no início da tarde. “A principal questão é andar durante o dia. Sempre cuido isso. À noite, fica muito mais fácil pra eles fazerem a baldeação da carga.” Ele também escolhe com cuidado onde para o caminhão, durante o trajeto que faz desde Vale do Sol, município onde reside. Paradas necessárias, só em postos de combustíveis. “Nunca paro na beira da estrada. É perigoso.”

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O motorista sabe que o produto que carrega, por suas características, é um alvo fácil. “Está bem complicado. Assim que eles tiram a identificação, o fumo não tem mais dono.” Nas cerca de duas décadas em que trabalha com o transporte de tabaco, ele nunca foi alvo dos criminosos, embora a tensão esteja sempre presente. “Tem colegas nossos que já passaram por isso e uns que tem mais sorte, que conseguiram escapar de ser assaltados. A gente fica apreensivo.”

São mais de três horas entre Estrela Velha e Santa Cruz do Sul. Trajeto que o condutor Carlos José Somavilla, 49 anos, faz com atenção constante. “O jeito é não andar de madrugada. Mais durante o dia mesmo.” Somavilla, que há 15 anos transporta tabaco, também costuma viajar acompanhado dos instrutores das empresas. A mesma estratégia é usada por Rodrigo Richter, de 33 anos, morador de Venâncio Aires. Como forma de tentar se proteger, ele só circula entre as 6 e as 18 horas. Ainda assim, se achar que pode ser perigoso, circula acompanhado de outros veículos.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA 
NA GAZETA DO SUL DESTE SÁBADO

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