Caminhoneiros começam greve nesta segunda, mas adesão na região é incerta

Embora as entidades que estão à frente da paralisação dos caminhoneiros marcada para iniciar nesta segunda-feira, 1º, garantam que a mobilização está mantida, a adesão por parte dos trabalhadores gera incerteza. Lideranças da categoria em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires acreditam que, se houver algum tipo de manifestação nas rodovias da região, será ao longo dos próximos dias.

“Não vejo com possibilidade nestes primeiros dias. Provavelmente, se houver mobilização aqui, será na sequência, pois é observada a movimentação mais ao norte do Estado e ao longo do País, o que acaba gerando um efeito dominó, expandindo-se até chegar na nossa região”, afirmou o caminhoneiro Sebasthian Pereira, uma das lideranças da categoria em Santa Cruz.

“Sou apoiador da greve e vamos ficar atentos. Eu mesmo tinha viagem marcada para esta segunda, mas cancelei devido à possibilidade de paralisação nas rodovias”, complementou Pereira. Boa parte da incerteza por parte dos caminhoneiros na adesão à grave se reflete nas liminares obtidas pelo governo federal no último sábado, que proíbem eventuais bloqueios nas rodovias federais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e de partes do Paraná.

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No caso do Rio Grande do Sul, o juiz federal Ricardo Humberto Silva Borne determinou a “imediata desocupação das rodovias federais ou outros bens da União” que interligam a refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas. O magistrado estabeleceu multa de R$ 10 mil por pessoa que participe da manifestação e de R$ 100 mil por entidade caso haja bloqueio das vias.

Os pedidos de liminares foram feitos pela Advocacia Geral da União (AGU) e se somam a outras já conquistadas pelo governo federal em Goiás e no Porto de Santos. O Tribunal de Justiça de São Paulo também deferiu liminar proibindo o estacionamento no acostamento da rodovia Presidente Dutra e o seu bloqueio pela categoria.

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Dirigente afirma que as ofertas são insuficientes

O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) lideram o movimento pela paralisação, reivindicando um controle dos preços praticados pela Petrobras e o cumprimento de valores mínimos de frete. Em entrevista à Gazeta do Sul nesse domingo, 31, o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, teceu críticas à movimentação do governo pelas liminares que proíbem o bloqueio das rodovias, ação a qual chamou de “dois pesos e duas medidas.”

“O que nos causa estranheza é que o governo criou esse interdito proibitório para a paralisação desta segunda-feira, mas não teve a mesma ação em relação aos protestos de 7 de setembro, quando houve uma grande mobilização nacional, chamada pelo presidente. Agora, quando os trabalhadores se juntam para reivindicar os seus direitos, é criada essa tentativa de intimidar, o que reflete o posicionamento do governo federal”, afirmou Dahmer à Gazeta.

Ele já está em mobilização com outros 30 caminhoneiros no entroncamento da BR-285 com a ERS-342, em Ijuí, na região noroeste do Estado. Nem mesmo a atualização dos valores mínimos de frete, com reajustes médios que variam de 4,54% a 5,9%, ou o anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro de que 750 mil caminhoneiros autônomos iriam receber R$ 400,00 mensais em razão da alta do preço do diesel foi suficiente para fazer com que a greve do caminhoneiros fosse cancelada previamente.

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“Sobre o reajuste, o governo está apenas cumprindo o que é determinação legal. Já o auxílio de R$ 400,00 foi recebido pela categoria como uma grande piada, um descaso”, salientou Dahmer.

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