Por 16 quilômetros, o aposentado e consultor Sérgio Damiani caminhou levando uma mochila e o seu “combustível”: uma caneca com vinho. O líquido serviu para esquentar e motivar nos trechos mais difíceis. Afinal, embora o ritmo tenha sido de passeio, algumas trilhas da 3ª Caminhada da Imigração Italiana, em Santa Cruz do Sul, passaram por meio de lavouras e tiveram barro e pedras. A atividade realizada ontem integrou a programação das comemorações de 15 anos de fundação do Círculo Cultural Bella Itália e dos 142 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul.
Um grupo formado por 108 pessoas, de todas as idades, saiu de ônibus às 7h15 da Praça da Bandeira até Linha Santa Cruz. Lá, houve aquecimento e, então, todos saíram em caminhada. Durante o percurso, além da integração entre os participantes, o destaque foi a beleza das paisagens encontradas pelas localidades de Linha Santa Cruz, Linha Travessa e Rio Pardinho. Ao ver as antigas casas, os caminhantes fizeram relações entre as características das arquiteturas alemã e italiana. “Conhecemos o interior e confraternizamos com amigos”, definiu Damiani.
Segundo ele, a vontade de estar sempre em grupo e a alegria durante esses momentos é a principal característica herdada dos imigrantes italianos. Ontem, isso se refletiu quando houve uma pausa, em frente ao Mosteiro da Santíssima Trindade, em Linha Travessa. Ao som de um violão, cantaram músicas tradicionais, tomaram vinho e fizeram um lanche, para repor as energias. “Somos muito expressivos”, brinca. Durante o tempo de descanso, os participantes também relembraram as origens e contaram sobre viagens.
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Para o presidente do Círculo, Marcelino Seolin, a caminhada foi um sucesso. Segundo ele, o dia ensolarado fez com que o número de participantes fosse satisfatório e tudo ocorresse conforme o planejado. “Estamos muito contentes com os elogios.”
Gringos na terra dos alemães
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Sérgio Damiani frequenta o Círculo Cultural Bella Itália desde a fundação e conta que, mesmo em uma terra predominantemente alemã, há muito espaço para a cultura italiana. “É um lugar onde aqueles que são de origem italiana e os simpatizantes da cultura podem conviver e aprender”, disse, destacando a integração entre as várias culturas presentes em Santa Cruz.
Conforme Damiani, não há discriminação. “Tem muita aceitação, principalmente por conta da culinária”, relata. Natural de Nova Veneza, em Santa Catarina, Damiani mora em Santa Cruz desde 1982 e afirma que se sente em casa. “Aqui fizemos amigos, a cidade é simpática e tem muita qualidade de vida”, frisa.
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