O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta sexta-feira, 4, em Lisboa que o Reino Unido vai receber milhares de refugiados sírios, que se somarão aos 5 mil que já recebeu. “Aceitamos 5 mil sírios e criamos um programa específico de reinstalação. Vamos aceitar mais milhares, com esse sistema que já existe, e vamos manter o número em revisão”, disse Cameron.
O primeiro-ministro britânico, que concedeu entrevista em Lisboa, tem sido criticado no Reino Unido, inclusive por uma ala do seu partido Conservador, pela falta de iniciativa em face da crise migratória que a Europa enfrenta. Na Espanha, várias cidades e comunidades autônomas decidiram avançar com iniciativas próprias para acolher refugiados, sem um plano nacional feito pelo governo central em Madri, que até agora estava contra a cota pedida por Bruxelas.
O jornal El País informa que cidades como Madri, Oviedo, Corunha, Málaga e Alicante decidiram juntar-se a uma rede de cidades, proposta terça-feira, 1º, pela presidenta de Câmara de Barcelona, Ada Colau. A ideia é juntar na mesma iniciativa cidades dispostas a acolher refugiados da Síria e do Iraque.
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A Câmara de Madri anunciou decisões concretas: vai destinar 10 milhões de euros a um plano de “apoio integral” ao acolhimento de refugiados que envolva habitação e apoio escolar, psicológico e ajuda para lidar com a burocracia. O governo espanhol tem rejeitado a cota de refugiados pedida por Bruxelas. Dos 6 mil refugiados que a comissão pedia à Espanha para receber, o governo de Mariano Rajoy mostrou abertura para receber 2.749 pessoas.
Mesmo sem plano estatal de acolhimento, algumas comunidades autônomas espanholas juntaram-se ao movimento das cidades. No momento em que a Europa enfrenta a crise de refugiados, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, defendeu a eficácia de sua política de imigração, que inclui a devolução de barcos aos seus pontos de embarque.
Abbott disse que imagens como a do menino Aylan Kurdi, que morreu afogado e foi encontrado numa praia da Turquia, são “muito tristes e comovedoras”, mas demonstram a necessidade de reforçar as fronteiras. “Se queremos parar as mortes, se queremos parar os afogamentos, temos de travar os barcos [com refugiados]”, disse o primeiro-ministro à emissora ABC. “Enquanto as pessoas acharem que podem vir e ficar aqui, teremos tragédias no mar”, acrescentou.
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O jornal norte-americano The New York Times, qualifica, em editorial, a política de imigração australiana como “desumana, de duvidosa legalidade e diretamente contrária à tradição do país de acolher as pessoas que fogem da perseguição e da guerra”.
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