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Câmara Setorial do Rio Grande do Sul avalia a situação da cadeia produtiva do tabaco

Um olhar sobre o tabaco: reunião com a participação de representantes do setor ocorreu ontem em Porto Alegre, em formato híbrido

A Câmara Setorial do Tabaco do Rio Grande do Sul realizou na manhã dessa quarta-feira, 25, uma nova reunião, em Porto Alegre. Promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, por meio do Departamento de Governança e Sistemas Produtivos, o encontro ocorreu em formato híbrido. O presidente da Câmara, Romeu Schneider, abriu as atividades e listou a série de agendas com ministérios e a recente participação em audiência pública realizada pela Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro sobre Controle do Uso do Tabaco e de seus Protocolos (Conicq) para abordar as preocupações em torno da 10ª Conferência das Partes (COP-10), da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), que acontece de 20 a 25 de novembro, na Cidade do Panamá.

Schneider destacou que as audiências e os encontros ocorridos nos estados do Sul e também em Brasília serviram para tentar sensibilizar o governo federal quanto às definições que serão levadas à COP-10. “São formas que encontramos para tentar levar ao governo do Estado informações corretas sobre o setor.”

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Em relação ao tabaco, Schneider lembrou que a produção sul-brasileira da safra 2022/23 chegou a 605.703 toneladas. O Rio Grande do Sul produziu 256.947 toneladas, uma participação de 42,4%, com 64.761 famílias produtoras, em 117.675 hectares. A receita bruta do tabaco – valor recebido pelos produtores, no Sul do Brasil – foi de R$ 10.977.929.575,49. Neste total, o Rio Grande do Sul participou com R$ 4.632.146.279,32, o que representa 42,2%. O preço médio praticado no Estado foi de R$ 18,03. “Para se obter a mesma lucratividade de um hectare de tabaco, é preciso 6,37 hectares de soja e 7,66 de milho.”

O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, apresentou os resultados da pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/Ufrgs), sobre o Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil. “Recebemos muitas críticas por parte dos antitabagistas, que afirmam que o produtor vive em situação de vulnerabilidade. Mas a realidade confronta essas afirmações. Segundo mostra a pesquisa, 80% dos produtores de tabaco enquadram-se nas classes A e B, enquanto a média geral brasileira não chega a 25%”, destacou.

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Os principais resultados da pesquisa estão disponíveis no site do SindiTabaco. “Os números são extremamente positivos, e foram apurados de uma forma independente, por uma entidade respeitada e idônea, e contrapõem sobremaneira informações que ainda vemos circular sobre o setor”, ressaltou Schneider, que apresentou na sequência dados sobre a última safra.

Conforme a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), dos 1.191 municípios da Região Sul do Brasil, 490 produziram tabaco na safra 2022/23. O total de famílias envolvidas chega a 125 mil, com renda bruta estimada em quase R$ 11 bilhões. “Esse resultado é importante para pequenos produtores e explica por que muitos deles optam pelo tabaco, considerando o perfil da agricultura familiar e o fato de que muitos deles produzem em terrenos acidentados, que não são passíveis de mecanização ou de ampliação de área”, salientou Schneider.

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Encontro ainda debateu lei da classificação na propriedade

O presidente da Câmara, Romeu Schneider, lembrou que a Lei de Classificação na Propriedade, no Rio Grande do Sul, entra em vigor na safra 2022/23. A implementação da legislação preocupa algumas entidades do setor e deve ser tema de audiência pública que ocorre no Plenarinho da Assembleia Legislativa gaúcha, na próxima quarta-feira, 1º. O deputado estadual Zé Nunes, autor da lei, afirmou que, na atividade primária, o tabaco é o que mais distribui renda. “Estamos sempre abertos a diálogos de construção. Certamente, nesse primeiro ano, teremos problemas e serão necessários ajustes. Mas com boa vontade a gente consegue.”

A última pauta da reunião abordou a Abertura Oficial da Colheita do Tabaco no Rio Grande do Sul, marcada para o dia 1º de dezembro, no Parque da Expoagro Afubra, em Rio Pardo. “A lavoura de tabaco está se desenvolvendo e esperamos a presença do governador neste dia, que integra o calendário de eventos do Estado”, disse Marco Antonio Dornelles, secretário da Afubra.

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Pesquisa indica avanço na renda dos produtores de tabaco

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Representando a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Paulo Lipp João levantou a questão da irrigação no tabaco. “Para aqueles que têm interesse de colocar irrigação nas suas lavouras, temos um edital ainda em aberto. É só entrar em contato com a secretaria.”

Exportações de tabaco

O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, apresentou os resultados das exportações entre janeiro e setembro de 2023. Segundo informações do MDIC/ComexStat, até setembro o Brasil exportou 369.604 toneladas e US$ 1.959.657 milhões, o que representou -10,12% e 20,22%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2022. Schünke avalia que o resultado está dentro do esperado, conforme pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, que apontou tendência de -6% a -10% no volume. Já em divisas, a expectativa é de chegar próximo aos US$ 3 bilhões até o final do ano. Os principais países importadores no período são Bélgica, China, Estados Unidos, Indonésia, Turquia e Emirados Árabes.

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Ainda de acordo com o executivo, os números corroboram a tendência de estabilidade da posição brasileira no mercado mundial. “Utilizamos uma média histórica porque alguns anos sofrem interferências logísticas que não podem ser previstas, como foi o caso da Covid-19. Nos últimos anos, em média, 90% do produto é exportado e temos embarcado em torno de 500 mil toneladas, o que gera US$ 2 bilhões em divisas anualmente. Isso desfaz a ideia de que a demanda tem diminuído e demonstra que, se não tivermos interferências negativas, seja por meio do aumento de impostos ou de novas regulações, certamente seremos referência no mercado mundial por muitos anos“, comentou Schünke.

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