Às vésperas do recesso, a Câmara de Santa Cruz está em meio a um impasse. Na próxima segunda-feira deve ser votado, em primeiro turno, o projeto que amplia o limite de despesas com pessoal no Legislativo e que, dependendo do resultado, pode determinar a aprovação ou não das contas do presidente Alceu Crestani (PSDB). Os vereadores, entretanto, estão longe de um consenso.
Protocolado na semana passada, o projeto revoga uma emenda aprovada em 2011 que reduziu o teto de gastos com a folha de pagamento de 6% para 2% da receita corrente líquida do município. A opção por revogar se deu porque este ano o percentual deve ser extrapolado pela primeira vez. Para ser aprovada, a proposta precisa passar por duas votações, com apoio de no mínimo dois terços dos vereadores – ou seja, 12 votos.
A Gazeta do Sul consultou todos os parlamentares ontem à tarde e apenas três confirmaram que votarão a favor. Outros cinco sinalizaram voto contrário ou abstenção, enquanto o restante alegou ainda não ter posição definida.
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Nos bastidores, há articulações pró e contra o projeto. De um lado, argumenta-se que a emenda de 2011 é inconstitucional e seria injusto deixar Crestani sob risco de um apontamento do Tribunal de Contas (TCE-RS). De outro, que não existe justificativa para aumentar o teto de gastos em um momento de crise econômica e que o problema poderia ter sido evitado com redução de despesas – por exemplo, com diminuição nos salários de assessores vinculados à Mesa Diretora, que hoje chegam a R$ 11,6 mil em alguns casos. Alguns vereadores, inclusive, vêm colocando como condição para votar a favor que essas situações sejam revistas. (Colaborou João Pedro Kist)
ENTENDA
A Constituição Federal limita em 6% da receita corrente líquida os gastos com pessoal nas câmaras dos municípios com entre 100 mil e 300 mil habitantes. Em 2011, porém, os vereadores de Santa Cruz fixaram um teto menor, de 2%, para dar satisfação a setores da comunidade que protestavam contra o aumento no número de vagas de vereador, de 11 para 17.
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Este ano, o limite de 2% deve ser estourado, devido aos reajustes salariais dos últimos anos, à queda na arrecadação e à criação de novos cargos em comissão no organograma. Em outubro de 2012, o custo da folha de pagamento foi de R$ 291,4 mil. Já em outubro deste ano, chegou a R$ 630,9 mil.
Diante da situação, no mês passado, a Câmara entrou com uma ação judicial para que a emenda de 2011 seja declarada inconstitucional. A decisão, porém, não deve sair antes do fim do ano, por isso, um projeto que revoga a emenda foi protocolado.
A TENDÊNCIA PARA O PRIMEIRO TURNO
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CONTRA OU ABSTENÇÃO
A FAVOR
INDEFINIDO
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