Passadas mais de cinco horas desde o início da votação do impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados, foram contabilizados os votos necessários para aprovar a continuidade do processo. Apesar de todos os esforços empreendidos nos últimos dias, o governo não conseguiu estancar o avanço da onda pró-impeachment e sofreu mais uma derrota. Foram 367 votos favoráveis; 137 contrários; sete abstenções e duas faltas.
Com esse resultado, o processo será agora enviado ao Senado, onde haverá um rito semelhante ao da Câmara. Se houve aprovação por parte dos senadores, o processo será oficialmente instaurado e Dilma terá que se afastar do cargo até o fim do julgamento, que será concluído em 180 dias.
A sessão começou pontualmente às 14 horas, mas a votação em si só teve início em torno das 17h45 – antes disso, os líderes se revezaram na tribuna para orientar a votação de suas bancadas. Cada um falou por entre 3 e 10 minutos, de acordo com o tamanho da bancada. Depois, os deputados passaram a ser chamados nominalmente e por Estado, e cada um tinha 10 segundos para proferir o voto.
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A tendência em favor da aprovação do impeachment foi percebida desde os primeiros votos, proferidos pelos parlamentares de Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, quando o “sim” abriu uma grande vantagem. Como a aprovação necessitava de dois terços do plenário, porém, a dúvida sobre o resultado permaneceu.
Alguns dos votos que mais agitaram o plenário foram de deputados de partidos que tinham orientação contra o impeachment, mas que votaram a favor. É o caso, por exemplo, do deputado Tiririca (PR-SP).
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