Os vereadores de Santa Cruz aprovaram, nesta quarta-feira, 8, um projeto de lei que viabiliza o acordo capaz de dar fim ao imbróglio do Santuário de Schoenstatt. O projeto autoriza a Prefeitura, que pretende transformar a área desocupada desde o ano passado em uma escola de educação infantil, a indenizar a congregação religiosa pelas obras realizadas no local. O valor chegará a R$ 1,8 milhão.
A discussão arrastava-se desde o final do ano passado, quando as irmãs de Schoenstatt decidiram deixar o imóvel às margens da BR-471, doado pela Prefeitura na década de 1970, alegando questões de segurança. Desde então, as religiosas ocupam uma casa na Rua Thomaz Flores e têm planos de construir um novo santuário em uma área mais central. A decisão, porém, não foi bem recebida por setores da comunidade, inclusive parte dos devotos de Schoenstatt, que se mobilizaram pela preservação do imóvel histórico.
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Anunciado em agosto, o acordo para encerrar o impasse, que foi intermediado pelo Ministério Público, prevê a desapropriação do imóvel com indenização à Sociedade Mãe e Rainha pelas edificações erguidas ao longo das últimas quatro décadas, o que inclui o muro e o prédio onde ficavam os dormitórios e secretaria do santuário e que deve ser convertido em um estabelecimento de ensino. O valor será bancado com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
A aprovação na Câmara foi viabilizada a partir de uma emenda ao projeto, protocolada pelo vereador Carlão Smidt (PSDB), que assegura que a capela existente no local será repassada ao Município com “todos os seus itens”. A intenção era evitar que fossem retirados o sino, a porta e o vitrais do templo, possibilidade que estava prevista no acordo. O líder de governo, Henrique Hermany (Progressistas), e o vereador Gerson Trevisan (PSDB) ainda apresentaram uma subemenda prevendo que esses itens só poderão ser removidos quando for construído um novo santuário no município e com autorização prévia da Prefeitura. A retirada de alguns itens do local pelas irmãs no momento da transferência foi alvo de críticas de devotos.
Na sessão, Carlão voltou a fazer críticas à congregação pela forma como conduziu o assunto, acusando-as de “insensibilidade” e “falta de consideração e respeito com a comunidade santa-cruzense”. Já Henrique afirmou que o acordo é “a melhor solução possível” para o impasse e que a aprovação do projeto garante “uma nova história” para o santuário. Após a aprovação, engenheiros da Prefeitura vão iniciar uma levantamento das necessidades de adaptação no prédio. A ideia é que a escola, que vai atender à população do Loteamento Mãe de Deus, entre em funcionamento em 2022.
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