Ainda faltam dois meses para o fim do inverno, mas o calor dos últimos dias traz a sensação de que o frio não vai voltar mais este ano. Elogiado por quem gosta das temperaturas mais altas, o calorzinho fora de época reflete diretamente no comércio de Santa Cruz do Sul. Os lojistas anteciparam em um mês as liquidações dos produtos característicos da estação, que geralmente ficam para agosto. As botas femininas e os casacos são os itens cujos preços mais baixaram, com descontos que chegam a 60%.
Além da redução no valor dos produtos, diversas lojas oferecem facilidades na hora de pagar. É o caso da CJ Calçados e Confecções, que desde a última quarta-feira até este sábado tem a opção de compras parceladas com o primeiro pagamento para dezembro. Os descontos, contudo, já vinham sendo oferecidos desde a primeira quinzena do mês. Conforme a gerente, Carina Micheli da Silva, embora o calor tenha sido um inimigo para as vendas, a liquidação trouxe fôlego. “O pessoal ficou sem saber o que comprar, se ia usar as roupas de frio ou não, mas desde que as promoções começaram, as vendas praticamente dobraram.”
Casacos e botas que custavam R$ 299,00 agora são vendidos por R$ 129,00. A enfermeira Milena Reutter, acompanhada da mãe e doceira Enedir Reutter, aproveitou os abatimentos e levou roupas para toda a família. “Na quarta-feira, nós viemos para o Centro e olhamos diversas lojas até que encontramos o preço mais baixo. Hoje viemos para levar”, disse Milena. O desconto que elas encontraram foi de em média 30% por peça, entre calças jeans, moletons e camisas.
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Segundo o presidente do Sindilojas, Mauro Spode, as promoções devem chegar ao fim já na próxima semana.
Bom para os consumidores
Na avaliação do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul, João Goerck, o cenário das vendas deste inverno não foi o mais favorável para os lojistas, mas traz benefícios para quem compra. “O consumidor final acaba sendo o grande beneficiado, pois o comerciante precisa se desfazer do estoque e coloca os preços lá embaixo”, afirmou.
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As liquidações em julho, conforme Goerck, são completamente atípicas. “O comum é que elas aconteçam apenas em agosto, mas no setor do vestuário é preciso vender, pois as coisas saem de moda de um ano para o outro.” Apesar do calor, Goerck afirma que as vendas aumentaram entre 5% e 7% este ano, alta que pode estar relacionada à liberação das contas inativas do FGTS e às próprias promoções antecipadas.
Movimento
Se por um lado os dias de sol e clima ameno têm influenciado na queda das vendas, por outro têm levado muita gente às ruas, conforme o presidente do Sindilojas do Vale do Rio Pardo e Taquari, Mauro Spode. Mas o movimento não se reflete nos negócios. “Ainda não temos os dados, mas pelo que ouvimos dos lojistas, a esperança é de que fique no mesmo patamar do ano passado.” Spode acredita que investir nas vitrines, anunciando liquidações e facilidades, pode ser uma estratégia importante.
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