Santa Cruz do Sul

FOTOS: calor excessivo fez extremosas florescerem mais cedo

Há algumas semanas, por conta da floração, as árvores da espécie extremosa têm chamado a atenção de quem circula pelas ruas do centro de Santa Cruz do Sul. O colorido se destaca com o rosa, mas ela também pode ser vista em branco e lilás. No entanto, toda essa beleza tem sofrido interferência do clima, em especial pela atuação do fenômeno El Niño.

Conforme o biólogo Andreas Köhler, professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a árvore é denominada de escumilha ou árvore-de-júpiter, conhecida popularmente como extremosa. Ela é uma planta da família vegetal Lythraceae, nativa da China e da Índia. “A época de floração dessa espécie, assim como de outras, depende das características climáticas. Ou seja, a combinação de temperatura e umidade”, explica.

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O especialista destaca que devido às condições climáticas, as espécies vegetais, em geral, estão com a progressão avançada. “A extremosa ganha suas flores entre os meses de janeiro e março. Neste ano, o El Niño, com temperaturas elevadas, tem adiantado o processo, e até fevereiro essas flores devem cair.”

Outra situação percebida neste ano é que algumas árvores tiveram as flores de maneira falhada, e em certos casos, não houve a floração. O excesso de chuva nos meses finais de 2023 pode ser uma explicação. “Se tivéssemos agora a presença de chuvas fortes ou de seca, as flores iriam cair mais rápido”, avalia Köhler.

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As extremosas são consideradas um símbolo oficial da cidade desde 1972, quando o então prefeito Edmundo Hoppe sancionou a lei. Elas podem ser vistas em grande quantidade nas ruas Tiradentes, Sete de Setembro, Borges de Medeiros, Senador Pinheiro Machado, Thomaz Flores e Ramiro Barcelos. 

Cuidado é essencial para garantir a integridade

As calçadas santa-cruzenses contam com mais de 50 mil árvores, de diversas espécies, e requerem um cuidado especial. Em 2022, a nova calçada do Parque da Oktoberfest, pela Avenida Independência, também ganhou o plantio de 50 mudas de extremosa. O ato foi uma iniciativa da Secretaria de Obras e Infraestrutura, que tem como titular Edmar Hermany. A medida busca resgatar a lei municipal e trazer mais beleza para as ruas da cidade.

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Assim como outras árvores, a espécie precisa de manejo para garantia de sua integridade. A bióloga da Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Daiane Geiger, afirma que o trabalho mais intenso é realizado na parte da raiz. “A extremosa costuma apresentar muitos brotos na parte próxima ao solo, e isso precisa ser aparado para evitar interferências na calçada.”

A planta não necessita de poda específica, pois não possui galhos grandes e as folhas se desprendem ao natural. “Apenas cortamos galhos que possam interferir na passagem dos pedestres ou na fiação”, disse. Outra questão que requer atenção é a poda extrema. Segundo Daiane, a situação pode causar fungos no tronco. “É algo que ocorre quando se corta os galhos da árvore. O recomendado é não fazer essa manutenção brusca, já que é uma planta com galhos pequenos”, explica.

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Parque das Extremosas

A cidade de Santa Cruz tinha ruas repletas de extremosas na década de 1990. Porém, com o avanço habitacional e as reformas em casas e prédios, elas foram removidas e substituídas por outras árvores. Para voltar a ter a espécie como característica da cidade, a prefeita Helena Hermany sugere às pessoas que queiram plantar uma árvore no pátio, ou mesmo em frente a suas residências, que plantem extremosas. “São belíssimas, encantadoras e florescem quase o ano inteiro, deixando nossa cidade linda e acolhedora.” 

Para a prefeita, que não esconde de ninguém a paixão pelas flores, a árvore é tão especial que um projeto habitacional no Bairro Arroio Grande, voltado à classe média, será batizado como Parque das Extremosas. “Serão 400 unidades habitacionais, e faremos o plantio de extremosas em todo o residencial.”

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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