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Caio Blat em dose dupla: em ‘Deus Salve o Rei’ e na série britânica ‘McMafia’

Janeiro será um mês atípico para Caio Blat. Prestes a entrar no ar na novela Deus Salve o Rei, da Globo, e a iniciar a temporada carioca do espetáculo Grande Sertão: Veredas, ele chega nesta terça-feira, 2, a mais de 200 países com a série McMafia, produção da rede britânica BBC que será distribuída para todo o mundo por meio da plataforma de streaming Amazon Prime Vídeo.

É a estreia internacional de Blat. E ele não precisou bater na porta dos gringos para conquistar o papel. “A gente buscava atores para o cartel latino da série, mas não queríamos cair no clichê. Nós o vimos atuando e ele era tão sedutor, leve e convincente. Ele é um grande ator e conhecê-lo foi uma grata surpresa”, disse o diretor Hossein Amini ao jornal O Estado de S Paulo.

Caio foi liberado pela Globo e passou quase um ano inteiro dedicado a McMafia, gravada em diversos países europeus. Logo que concluiu a série, voltou aos estúdios do Rio de Janeiro para se preparar para o papel de Cássio, chefe da guarda real do fictício reino de Montemor, onde é contada a história da próxima novela das sete, que estreia dia 9. 

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No intervalo das gravações, ele conversou com a reportagem e falou sobre sua atual fase profissional.

Como você chegou à BBC?

Foram eles que chegaram em mim. Em 2016, logo depois que acabou Liberdade, Liberdade (Globo), recebi o convite para ir a Londres fazer essa série. O pessoal da Globo me autorizou, pois não batia com nenhum projeto que tivesse aqui. E foi incrível porque é um projeto imenso, com atores do mundo todo e é meu primeiro trabalho internacional em inglês. É uma série que mostra a globalização da máfia, como as máfias de vários países hoje estão ramificadas e globalizadas, trocando produtos e serviços. Conta a história de vida de um banqueiro de Londres que se envolve com a máfia porque precisa de um investimento no negócio dele. Quando ele acha que deu tudo certo e que vai sair do esquema e ter uma vida limpa, aparece um monte de mafiosos querendo que ele lave dinheiro para eles também. Inclusive o meu personagem, que é o chefe da máfia mexicana e o único latino da série, precisa aumentar seu produto e levar dinheiro para a Europa, e o protagonista acaba trabalhando para mim. 

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Onde gravou suas cenas?

Em Londres (Inglaterra), na Croácia e na Sérvia. Fiquei muito surpreso por eles terem me procurado. Uma produtora de elenco enorme lá que faz os filmes do Star Wars, e também do Harry Potter, disse que estavam de olho em mim há um tempo. O mercado internacional está aberto e tem oportunidades surgindo para nós

Segue em contato com a BBC?

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Eles estão bastante animados com o lançamento e ansiosos com a confirmação da segunda temporada. Estão estudando histórias, inclusive a de personagens brasileiros, pois temos muitos mafiosos aqui que renderiam ótimas cenas em McMafia.

Sentiu muita diferença em relação ao método da TV brasileira?

Eles ficam muito impressionados em como a gente consegue fazer tantos episódios e com tanta qualidade no nosso sistema de produção. A gente levou um ano inteiro para fazer os oito episódios de McMafia. É tudo feito com muita calma, e a gente viaja muito. É uma produção gigante, e existe um orçamento gigante. 

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As atuações nas produções britânicas costumam ser mais comedidas do que nas latinas. Sentiu alguma dificuldade?

O tom de interpretação é diferente. Treinei com coaches, eles não gesticulam nada, não mexem a cabeça, têm uma frieza e firmeza na interpretação. Tive que aprender com eles.

E a questão do idioma?

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Eu estudo inglês desde pequeno, então eu tinha bastante base, só precisei praticar. Contratei um professor no Rio, ensaiei bastante. No set, eles pegaram muito no meu pé. Mesmo com o meu personagem sendo latino, eles exigem muita clareza e limpeza no sotaque. É uma coisa muito importante, o mercado está aberto e os brasileiros precisam estudar cada vez mais para estarem prontos para os trabalhos que pintarem.

Na semana que vem, você estreia como o cavaleiro Cássio em ‘Deus Salve o Rei’. Fale um pouco sobre esse personagem.

Nesse princípio ele está muito ligado à defesa da coroa. Ele é o chefe da guarda do rei e é como se fosse o general do exército. Ele tem muita responsabilidade e atua também como conselheiro do rei e da rainha. Cresceu junto com os príncipes e sempre esteve muito próximo ao trono. É o conselheiro, amigo da família real, e o chefe da guarda. 

É uma pessoa leal ou ele tem a ambição de chegar ao poder?

Não, ele é muito fiel ao trono. Ele é o guarda real, totalmente leal, fiel ao rei. O que acontece é que o príncipe que foi preparado para ser o rei, o Afonso (Rômulo Estrela), decide abrir mão do trono e vai embora para outro reino. E quando os dois reinos entram em guerra eles têm que se enfrentar, cada um de um lado. Eles cresceram juntos defendendo aquele trono, e por causa de uma situação política acabam de lados opostos da guerra Mas ele é totalmente leal. Os cavaleiros naquela época eram quem carregavam toda a moral e a honra do reino, protegiam os nobres. Eles tinham também essa nobreza.

Como foi a preparação?

Longa. Cerca de dois meses. Fiz aulas de lutas que foram muito pesadas, tive que treinar com equipamentos, armas e em cima de cavalos, com lanças, e tivemos que ensaiar todas as coreografias O mais legal foi trabalhar com o elenco para construir esse reino imaginário, todos agem da mesma maneira, e isso é importante para que haja uma coerência naquele reino. Tivemos muitos ensaios, leituras, trabalhos de improviso. Foi muito legal.

Sua armadura pesa muito?

Muito. Outro dia tentamos avaliar e deu algo em torno de 15 kg e 20 kg, e a espada pesa 5 kg. É bem pesado.

E quanto você pesa?

60 kg.

Está carregando quase metade de você em cima de você.

É porque escolheram um ator muito magro e baixo para ser chefe do exército (risos), aí tem que compensar com um monte de figurino e armadura.

Tem feito mais exercícios do que antes?

Faço uma peça de teatro que é muito física, Grande Sertão: Veredas, que reestreio em janeiro. Comecei a gravar a novela enquanto estava em cartaz, em São Paulo. Isso já me dá um preparo físico muito forte porque a peça dura três horas. O próprio teatro me dá o preparo para aguentar a jornada do estúdio. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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