Tenho amigos que se denominam cafeólatras de carteirinha. Hoje é o Dia Nacional do Café. Assim como no Rio Grande “se mateia”, em Sampa o cafezinho é o rei do pedaço.
Muitos sorvem a delícia – prefiro o cheiro – em pequenos copos. Constantemente declino convites- relâmpago para a amistosa bebidinha, nos bares da cidade de São Paulo. Vêm pelando; para minha garganta é um problemão e tanto.
Ramos frutificados de café são percebidos no Brasão nacional e na bandeira paulistana. Símbolo histórico da terra de novos ricos nos primórdios do século XIX. Os barões do café. Em geral semianalfabetos; tinham orgulho de enviar os filhos pra voltarem doutores das “Oropa”, minha gente.
Em São Paulo, desde 2007, o dia 24 de maio é também dedicado ao Barista.
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Você sabe o que significa essa palavra? Na língua de Camões, tchê! Porque na Itália é o mesmo que barman, ou bartender para nós, outros, do Patropi, cujas cores verde e amarela parecem ainda mais desbotadas nos dias e noites atuais de tantos esgotos – que ameaçam – debaixo de tapetes persas dos tempos sem internet.
Confesso que ignorava o significado do termo. “Barista, sei lá!” Deve ser o mesmo que profissional de bar que faz coquetéis e conhece outras bebidas. Cá entre nós, muitos desses trabalhadores deveriam receber honorários de psicólogos; aguentar bêbado é coisa para quem pode. Nada mais doido e invasor do que incoerência engrolada.
Barista é o profissional conhecedor do café de altíssima qualidade. Top. Mistura de barman com somellieur. Os melhores podem criar, até, novos licores e bebidas à base do café. Aconselha o consumidor e sabe misturar as diferentes qualidades de grãos.
É preciso paciência amorosa, técnica e sensibilidade. Tem de conhecer o café, o plantio, a fase inicial do cultivo, etapas de beneficiamento dos grãos e moagem. E é necessário dominar as melhores técnicas de preparo. O conhecimento de máquinas que devem ser utilizadas para o posterior preparo.
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O mano Pêndulo do Relógio toma, agora, um fumegante cafezinho com D. História. Entre pequenos goles sorvidos com delícia, a velhota cochicha que no dia 24 de maio também se comemora a Batalha do Tuiuti, contra o Paraguai… Que guerra de triste memória, aquela! Muitos pobres escravos e mestiços libertos, nas trincheiras, e os barões de café da Guarda Nacional cravejados de atrevidas arrogâncias de falsa existência.
Hoje também é Dia Nacional do Milho e do Vestibulando. Festa de Nossa Senhora Auxiliadora: a padroeira de Bagé. Falando em vestibular, sou da mesma Faculdade de Direito de Ruy Barbosa e de muitos 23 presidentes, dentre eles o atual. Choram as Arcadas Franciscanas pelo País do Café, trocando as pernas ladeira abaixo.
O Brasil está de porre. Vamos precisar de muita oração e café forte. Que a Mãe de Deus sustente nossa esperança. A ressaca vai passar. Dizia o mesmo Ruy Barbosa, tão citado por parlamentares, coitadinho. “Numa terra em que os meninos campeiam de doutores, os doutores não passam de meninos.”
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