A poupança registrou saída líquida de R$ 1,303 bilhão em novembro, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 4. Foi o pior resultado para o mês na série iniciada em 1995 e também o 11º mês seguido em que os resgates superam os depósitos na caderneta. A perda líquida no ano já passa de R$ 58,357 bilhões.
No mês passado, as retiradas somaram R$ 166,885 bilhões, contra R$ 165,582 bilhões de depósitos. O saldo final, que inclui o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e a poupança rural, atingiu R$ 647,623 bilhões no mês passado —primeiro crescimento após dois meses de queda.
O desempenho ruim da caderneta tem como pano de fundo um cenário de preços em persistente alta, afetando a renda disponível num momento de economia em recessão e fraqueza no mercado de trabalho. Uma das consequências do aperto monetário foi também deixar a caderneta menos atrativa para os investidores. A poupança medida pelo SBPE é a principal fonte de financiamento imobiliário do país.
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Com a Selic mais alta, aumenta a distância entre o rendimento da poupança, de 6,17% ao ano mais Taxa Referencial (TR), e aplicações cuja remuneração é baseada na Selic. Até novembro, a caderneta rendeu 7,29%, contra um IPCA (inflação oficial) de 9,93% no ano.
A sangria na caderneta também vem afetando o financiamento imobiliário, já que, pelas regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), 65% dos depósitos na caderneta devem ser obrigatoriamente direcionados ao crédito habitacional. Com a escassez de recursos, vários bancos endureceram neste ano as regras para a concessão de empréstimos, entre eles a Caixa, líder no setor.
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