Foi na propriedade de Egídio e Cleria Inês Wagner, em Linha Santa Emília, interior de Venâncio Aires, que a Capital do Chimarrão recebeu a Festa da Colheita da Erva-Mate. A cerimônia simboliza a abertura da colheita do produto no Estado, que já ocorre desde a chegada do inverno. O evento reuniu produtores, representantes da indústria e líderes locais e estaduais, com participação da secretária de Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo, representando o governador Ranolfo Vieira Júnior.
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O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, destacou a importância da cadeia produtiva da erva-mate para o município e o Estado. A planta é fundamental para a subsistência de 425 agricultores venâncio-airenses, quase 10% do total de 5 mil produtores rurais do município. No ano passado, o plantio gerou cerca de R$ 1,8 milhão de renda.
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Venâncio também é responsável por 87% da área de mais de 1,5 mil hectares plantados com a cultura no Vale do Rio Pardo. O ciclo da erva-mate é de dois anos. Segundo a Emater/RS-Ascar, a produção chega a 4,6 mil toneladas e é beneficiada pela presença da cadeia completa na região, desde o produtor até a indústria.
Segundo o chefe do Escritório Regional da Emater em Venâncio Aires, Vicente Fin, a área plantada continua estável. Apesar de em outras épocas o vegetal já ter ocupado mais de 4 mil hectares na Capital do Chimarrão – hoje são 1.385 –, o produtor está partindo para uma plantação com maior densidade de mudas em área menor, mantendo a qualidade do produto.
Como o chimarrão é um dos maiores símbolos dos gaúchos, a cadeia produtiva busca ampliar o consumo da bebida. Alberto Tomelero, presidente do Instituto Brasilero da Erva-Mate (Ibramate) – organização criada em 2013 englobando produtores e indústria –, destacou que a cultura se recuperou da estiagem de 2021 e tem previsão de uma boa safra neste ano.
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No entanto, a preocupação é com a desvalorização do produto. No Rio Grande do Sul, a colheita deve render 300 mil toneladas em uma área superior a 31 mil hectares. “Temos pela frente um mercado argentino que importou muita erva do Brasil e hoje está meio restrito. Existe uma série de normas que impedem a exportação para a Argentina. Estamos preocupados porque pode sobrar erva-mate no mercado. Quando isso acontece, há desvalorização e queda de preço ao produtor. É uma inquietação do setor, e vamos procurar incentivar o consumo”, afirma o presidente do Ibramate. Tomelero explica que, com as restrições da pandemia e a impossibilidade de compartilhar o chimarrão nesse período, a queda na venda de erva-mate chegou a 15%.
A Festa da Colheita da Erva-Mate é um evento itinerante. Em 2021 ela ocorreu em Ilópolis, no Vale do Taquari, e no ano que vem será em Novo Barreiro, nas Missões.
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