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Música

Cachorro Grande lança o 8º disco da carreira, ‘Electromod’

Esqueça aqueles cinco rapazes engravatados, à la Beatles de Porto Alegre, que faziam um som porreta, com riffs estridentes, solos sujos e refrões bacanões. Isso foi há uma década, quando o Cachorro Grande lançou Pista Livre (2006), terceiro disco de estúdio da banda. A pegada, meu amigo, agora é outra. Se, em Costa do Marfim (2014), os gaúchos já davam claros sinais de que a música eletrônica seria uma constante em suas vidas, o recém-lançado electromod, com “e” minúsculo mesmo, veio para consolidar a nova sonoridade do grupo. “Parece que fomos pro saco, né? Escancarou de vez. Nunca imaginei isso. Achei que pararíamos com essas coisas eletrônicas no Costa do Marfim. Pelo visto, não foi o que aconteceu, irmãozinho”, diz o vocalista Beto Bruno, de 42 anos, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Engana-se, porém, quem acha que electromod, o oitavo disco da carreira do Cachorro Grande, é uma singela continuação do antecessor. O trabalho, de fato, mantém as bases eletrônicas e viagens recheadas de sintetizadores, mas a bateria soa mais forte e as guitarras aparecem de maneira pomposa. O resultado pode ser visto tanto em Tarântula, que abre o álbum, quanto em Ben-Hur, última faixa.

“Não é uma continuidade. Mesmo que tenha elementos eletrônicos. Nós nos preocupamos para que soasse diferente. Graças a Deus, rolou isso. Não passava pela nossa cabeça que a coisa fosse continuar no eletrônico. Na verdade, ninguém sabia muito bem para onde iria, saca? Esse disco tem mais guitarra que o Costa, tem mais peso e, consequentemente, ele é menos psicodélico. É um cinza pesadão. Já o Costa do Marfim remete aos anos 1960”, afirma Beto.

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Edu K, do De Falla, assina mais uma vez a produção de um álbum do Cachorro Grande. A parceria começou em Costa do Marfim. O produtor é um dos responsáveis pela imersão eletrônica de Beto Bruno (vocal), Marcelo Gross (guitarra), Gabriel Azambuja (bateria), Pedro Pelotas (teclados) e Rodolfo Krieger (baixo). “O Edu sabe das coisas. Ele nos guiou durante todo esse tempo para mudar um pouco nossa sonoridade. Nos apresentou sons variados e deu um suporte legal. Ele se trancava no quarto com o Gabriel por horas para sincronizar o tempo da bateria convencional com o da eletrônica. Eu passava longe daquilo tudo. Não queria nem ouvir o que eles estavam tentando fazer”, brinca

Se Costa do Marfim já havia “assustado” os fãs mais conservadores do Cachorro Grande por causa da mudança drástica de sonoridade, electromod promete impactar um pouco menos, apesar do quinteto assumir deliberadamente que a música feita na atualidade passa longe daquele rock ‘n’ roll cru e direto feito há alguns anos. “Sou um cara muito alienado e quase não me ligo em internet e redes sociais. A rapaziada da banda que sempre comenta. Acho que no Costa nós recebemos muitas críticas pesadas de gente que não entendeu a proposta. Desta vez, entretanto, pelo que me falam, foi menos agressiva. Até porque tem muito rock ali. A diferença é que ele não está tão explícito. Fora que a primeira mudança é sempre mais impactante. O Costa marcou o fim de um ciclo. O electromod segue o caminho natural desse encerramento”, complementa.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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