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Cabeleireiro das soberanas há mais de 20 anos compartilha histórias e memórias

Rogério trabalha há mais de 30 anos como cabeleireiro, e em paralelo conduz uma bem-sucedida carreira em eventos e confeitaria

Uma trajetória profissional que começou com um incidente tornou-se um caminho de sucesso ao longo do tempo. Rogério Santos, 53 anos, iniciou no mundo da beleza por acaso. Com 23, era chef de cozinha e sofreu um acidente de trabalho. Ficou quase um ano parado, se recuperando, quando seu irmão, Vilmar dos Santos, comentou sobre um curso de cabeleireiro. “Eu comecei a fazer e investir. O curso era de oito meses; em três, eu já estava com o certificado na mão”, relembra Rogério.

Após concluir a profissionalização, abriu o seu próprio negócio no Centro de Santa Cruz do Sul, onde está até hoje. No início, trabalhava sozinho no atendimento às clientes, e somente montou a sua equipe em junho de 2019, com Ana Voese, Brenda Oliveira e Fátima Oliveira. Atualmente, além da parte de cabelos e maquiagem, o salão oferece serviços de unhas, design de sobrancelhas e outros tipos de atendimentos. Porém, essa não é a sua única profissão.

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Voltando um pouco no tempo, em 2010, Rogério ganhou uma nova ocupação por causa de amigos. Trabalhava no salão normalmente, quando recebeu a proposta de um cliente para organizar o seu casamento. “Fiquei muito surpreso e disse que nunca tinha feito, mas o casal insistiu dizendo que eu conhecia muitos serviços e tinha capacidade de fazer”, salienta. Mesmo com receio, organizou com muito carinho toda a festa. A partir daquele momento, tornou-se algo que nunca havia cogitado: organizador de eventos. “Daquele ano pra cá, comecei com esse trabalho. Fiz um registro de microempreendedor individual e faço eventos pequenos, como casamentos, formaturas e 15 anos.”

Mas as funções não param por aí. Em 2020, no ano em que iniciou a pandemia da Covid-19, as duas atividades que exercia ficaram prejudicadas por conta do distanciamento social. Rogério então decidiu investir na confeitaria, por influência de seus pais. “Herdei isso deles porque minha mãe era doceira e meu pai cozinheiro. Comecei fazendo pratos congelados, como cucas e bolos, e as pessoas se interessaram bastante”. Ele revela que a partir desse empreendimento conseguiu manter-se estável financeiramente durante o período pandêmico. “Com o tempo, comecei a conciliar as três funções. Hoje, faço bolos para festas também. Para mim, o sorriso de uma pessoa é o pagamento principal”, declara.

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“Eu já tenho uma história dentro da festa”

A relação de Rogério com a Oktoberfest é antiga. Ele iniciou na Festa da Alegria como guia de turismo, ainda nas primeiras edições. Depois, passou para recepcionista do evento, fazendo o trabalho de direcionamento das pessoas dentro do parque. Além disso, já produziu as coreografias e os ensaios das candidatas a soberanas da Oktoberfest. “Sempre sou lembrado pelas equipes por esse trabalho. Eles me chamam para fazer há muitos anos”, afirma.

Além dessas funções que exerceu com muito zelo, o cabeleireiro cuida da beleza das soberanas da Oktoberfest há 21 anos. Ele começou a apresentar propostas para cuidar da corte em 1997. Não atendeu apenas nos anos de 1998, 2012, 2015 e 2019. De acordo com a Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), a escolha do profissional leva em consideração critérios como qualidade e agilidade, além de custo e benefício.

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Rogério atribui a sua trajetória com as rainhas e as princesas por conta da maneira como as trata. “Não somente no trabalho, mas no contexto em geral. Elas chegam aqui de manhã e sempre esperamos com bolo, café, salgadinhos. Eu trato como se fossem minhas filhas.” Ele fala também sobre a aproximação gerada durante a época de Festa da Alegria. “Tem anos que eu me apego muito a elas, já fui até padrinho de casamento. Nós temos uma amizade muito forte, fazemos várias coisas juntos”, conta.

Nas primeiras edições da festa, os cabelos eram mais pomposos, elaborados e com grande volume, afirma Rogério. Além disso, a beleza das soberanas era coordenada pela organização da Oktoberfest. “Como tudo na vida, nisso também houve mudanças. Hoje, elas (soberanas) têm a livre escolha de conversar conosco e decidir o que será feito”, explica. Sobre sua predileção, os cabelos presos e elaborados estão em primeiro lugar. Ele também conta que, em alguns momentos, a comissão pede algum penteado específico para as meninas. “Eu sou muito de escutar, não sou aquele cabeleireiro teimoso. Acho que esse é um dos motivos para que eu continue arrumando elas há anos”, observou.

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Habilidade e dedicação para fazer o melhor

Durante todos esses anos, Rogério viveu muitas situações inesperadas. “Uma vez estava atendendo as meninas, logo de manhã, e acabou a luz na cidade toda. Como eu tenho raciocínio rápido, levei elas para minha casa e arrumei lá. Foi corrido, mas deu certo”, relata. Situações inesquecíveis também marcam a sua trajetória. “Nos 25 anos da Oktoberfest, eu estava assistindo à apresentação das soberanas e começou a passar um filme na minha cabeça. De todos aqueles anos, já tinha arrumado 16 daquelas meninas. Foi algo muito marcante”, relembra Santos.

Perguntado sobre até quando pretende continuar trabalhando com as representantes da Oktoberfest, Rogério afirma que quer poder chegar aos 25 anos de produção. Após esse período, ele anuncia que a sua participação é incerta. “Se torna cansativo por conta da idade. Não é fácil acordar todos os dias de madrugada e eu também trabalho em outras áreas”, destaca. Contudo, Santos reitera que, enquanto a comissão achar que ele consegue, quer continuar produzindo. “Ser cabeleireiro das gurias, para mim, é um privilégio. Não é pelo financeiro, mas pelo emocional. É a certeza de que elas vão estar bem cuidadas”.

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