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Cabanhas de Santa Cruz se destacam na Expointer

Foto: Rodrigo Nascimento

Animais de criadores de Santa Cruz do Sul se tornaram protagonistas na Expointer deste ano. Realizada com restrição de público e rígido protocolo sanitário, cabanhas do município ficaram em evidência, já que a feira revela um segmento do agronegócio que começa a tomar notoriedade na região: as criações de excelência, para gerar matrizes e exemplares especiais, cuja qualidade é reconhecida em diferentes provas.

O criador de caprinos Tiago Hoesel Staub é um deles. Pela primeira vez na feira, a cabanha dele, que leva o sobrenome do criador, de São José da Reserva, pontuou em cinco categorias. Em uma delas, a principal, Bacamarte 557, que veio do Piauí para fazer história em Santa Cruz, faturou o primeiro lugar entre os machos adultos. “Ele concorreu com outros 42 animais, conquistando o primeiro lugar entre os machos com mais de dois anos. Sempre gostei de caprinos, para nós está sendo um bom negócio”, frisa.

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O título que Bacamarte 557 ostenta foi o responsável pelo aumento no passe dele. O cabrito valorizou-se tanto que nem irá voltar para Santa Cruz. O proprietário colheu material genético para cinco fêmeas, que estão grávidas do caprino, fechando negócio com Bacamarte. Ele foi vendido para rentabilizar a cabanha. “Este é o nosso negócio, trabalhar com melhoramento genético. Embora eles [caprinos] sejam animais para o abate e o consumo de carne, nós não abatemos. Comercializamos animais com alto padrão genético”, diz Staub.

Tiago Hoesel Staub com Bacamarte

O médico ortopedista Robert Wagner também criou uma cabanha. Apaixonado por cavalos desde a infância, há dois anos se dedica à criação de cavalos campeiros. O primeiro resultado positivo do empreendimento para as horas de lazer já veio. A égua Bendita do Alvorada, de três anos e meio, ficou em primeiro lugar na mostra de cavalos campeiros. “Foi uma grande surpresa para todos nós. Estamos felizes e motivados com esta conquista. A vitória nesta Expointer será um estímulo para seguirmos nesta criação”, define Wagner.

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Na Cabanha da Reserva, localizada em São José da Reserva, em Santa Cruz, já são 14 animais da raça, que é só conforto no galope. “O cavalo campeiro também é conhecido como o ‘marchador das araucárias’, pois ele é muito comum na região de Santa Catarina”, explica o criador. Ao lado de Wagner, Alex Winck é o responsável pelo treino de Bendita. “Essa raça tem uma cavalgada confortável, a marcha deles é diferente”, confirma.

O médico Robert Wagner, proprietário de cabanha, com a égua Bendita do Alvorada. Foto | Rodrigo Nascimento

Na arquibancada, Rosalie e Robert conferem morfologia

O casal de criadores de cavalos crioulos Rosalie Negrine e Robert Jones foi conferir de perto o desempenho de Calino de Quaraci, macho da raça crioula, filho da criação de Reserva dos Kroth, na divisa de Santa Cruz com Rio Pardo. “A gente veio pessoalmente acompanhar a avaliação morfológica. Eles medem tudo, o tamanho das orelhas, posição, corte da crina e até mesmo a postura do cavalo”, diz Jones.

Rosalie e Robert Jones foram acompanhar o desempenho de Calino de Quaraci. Foto | Rodrigo Nascimento

O criador revela que após o sucesso do Freio de Ouro do ano passado – quando a Égua Balisa III do Itapororó conquistou o primeiro lugar –, a participação da Cabanha Quaraci neste ano estava um tanto quanto tímida. “Ele é um bom animal, está com três anos, e, quando tiver o dobro, é forte candidato ao Freio de Ouro”, projeta. Na prova de morfologia Calino não passou. No entanto, o criador não se deixa abater. Com um plantel de 100 éguas de cria e cerca de 250 cavalos crioulos, a Cabanha Quaraci segue investindo na qualidade para fazer bonito dentro e fora das raias de avaliação.

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Robert diz que o momento do agronegócio é bom, e a criação de animais de excelência, como todos os finalistas de criadores santa-cruzenses, revela novo mercado para a região. Na carona do segmento, que não parou durante a pandemia, a criação de animais de raça surfa em bom momento. “De modo geral, este ano está excelente para o agronegócio, para o plantio de grãos, tabaco e também para a pecuária. Com o cavalo crioulo não é diferente. Os leilões dos últimos meses revelam uma reação nas vendas. O gaúcho gosta de um bom cavalo, e sempre que tem dinheiro no bolso não abre mão de um bom animal”, define.

Produtores da região estão presentes

A 44ª Expointer teve alguns diferenciais em relação a 2019, última feira presencial. Naquele ano, equinos, bovinos e pequenos animais tiveram maior participação. Já neste os destaques ficam com o aumento do número de animais entre os ovinos, com um crescimento de 3,5%, e entre os caprinos, com elevação de 4,4%. Uma das expositoras foi a Cabanha Bom Pastor, de Mato Leitão, que participa com cinco fêmeas e um macho. Segundo o cabanheiro Ailson Cabral, que já está acostumado a participar da feira, neste ano, mesmo com a pandemia e as restrições, o movimento foi bom. A cabanha cria ovinos da raça Hampshiredown. “Essa raça se destaca pela carne e pela beleza. A carne dela não tem tanta gordura, é considerada o Angus dos ovinos”, explica Cabral.

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Pata Negra 38, da Cabanha Bom Pastor, foi campeã Borrega Menor e 3ª melhor fêmea. Foto | Alencar da Rosa

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