Para coibir os índices de abigeato (furto de animais) nas comunidades rurais de Santa Cruz do Sul, a Brigada Militar vai intensificar a atuação das Patrulhas Comunitárias do Interior (PCI). Segundo o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Giovani Paim Moresco, neste ano já foram registradas sete ocorrências, enquanto durante todo o ano passado foram 30 registros.
“Através da ferramenta Avante (sistema computadorizado que cruza informações sobre crimes em todo o Estado), estipulamos a meta de reduzirmos para 12 casos no ano, ou seja, apenas um por mês. É um número pequeno, pois há poucos casos em média, por ano, na nossa região”, comentou.
“Controlar a criminalidade no interior é mais complexo. O abigeato aqui é diferente da região da Campanha, são números menores. Há casos excepcionais, como o do Omega encontrado na quarta”, relatou, referindo-se à localização de um carro abandonado com três bezerros mortos dentro, em Linha Pinheiral. Conforme Moresco, a BM busca identificar as circunstâncias do crime e qual a procedência dos terneiros mortos.
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O tenente-coronel ressaltou que a BM está intensificando o patrulhamento nas comunidades. “Queremos identificar as características dos pontos onde houve registros desse tipo de furto, entender a origem desse crime, se há pessoas envolvidas de outras cidades e regiões. Também buscamos identificar se há interessados na venda e consumo da carne sem procedência.”
O comandante do 23º BPM observou que há uma cadeia delituosa que se estende desde o furto do animal até a venda da carne. “Se há alguém que comete o abigeato é porque há quem compre.” A fim de chegar nesses “comerciantes” clandestinos, a BM estuda desenvolver ações em conjunto com a Vigilância Sanitária e identificar possíveis pontos onde a carne de origem ilegal é vendida.
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REGISTRAR É IMPORTANTE
Para que as Patrulhas Comunitárias sejam efetivas, a Brigada Militar solicita que as pessoas lesadas entrem em contato e registrem ocorrência. Segundo o tenente-coronel Moresco, no interior não há esse hábito. “Mesmo com as visitas das patrulhas, os moradores não se manifestam. Mesmo se o gado não tiver registro, não tem problema. Estamos em busca do fato. Só com registro conseguimos detectar onde estão acontecendo os crimes”, afirmou.
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Moresco também listou orientações aos moradores das localidades rurais para coibir os furtos de animais: não deixar o gado solto nos pontos remotos do campo, colocar os bichos na encerra, manter contato com os vizinhos, instalar cerca eletrônica e, se possível, luzes que acendam com movimentação em pontos afastados da propriedade.
Nos casos em que essas ações são ineficazes contra a ação dos bandidos, é necessário acionar a Brigada Militar. “Ligue para o 190. Avisem os vizinhos, acendam as luzes, mostrem movimento, soltem e aticem os cachorros. Com isso, os criminosos vão embora.”
Para o tenente-coronel, quem pratica esse crime conhece a região e, possivelmente, já esteve no lugar onde o furto aconteceu. “É um abigeato de oportunidade. Os bandidos matam no local, cortam os arames e entram com o carro. São pessoas que sabem como carnear rápido. Só deixam no campo o que não será aproveitado.”
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O comandante do 23º BPM também observou que esse delito é mais frequente no verão, pois no inverno o gado fica encerrado. E reforçou que o abigeato não diz respeito só a cabeças de gado. O registro pode ser feito sobre qualquer criação de animal domesticado, como gansos, porcos e galinhas. Para contribuir com informações ou denúncias, o contato também é o 190.
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