No Brasil, existem apenas três escolas de aviação vinculadas às organizações policiais com autorização da Secretaria Nacional de Aviação Civil (Anac) para funcionamento. Uma delas é gaúcha. Desde 2004, o Centro de Formação Aeropolicial (CFAer) da Brigada Militar (BM) forma pilotos e instrutores. Com sede em Capão da Canoa, é uma das poucas escolas policiais que tem permissão para executar tal função.
A estrutura conta com dois aviões e dois helicópteros, sendo um avião monomotor de instrução básica e outro multimotor para instruções avançadas e voos por instrumento. O efetivo é formado por dois pilotos instrutores e cinco praças tripulantes. Oferece cursos para três tipos de aeronaves: Koala, Schweizer e Esquilo, sendo que, para cada uma, é necessária uma instrução específica.
O CFAer forma pilotos e instrutores, em nível básico, avançado e operacional; e formação inicial de piloto comercial, piloto policial, privado e voo por instrumento. Conforme o major Marco Antônio Sanchez Soares, chefe do CFAer, “o Batalhão de Aviação (BAv) da BM efetua treinamentos (práticos de combate a incêndio, tiro embarcado, salvamento aquático e resgate aeromédico), além das mais diversas situações que possam ser vivenciadas pela tripulação e pilotos”.
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O CFAer oferece cursos para três tipos de aeronaves: Koala, Schweizer e Esquilo | Foto: Éverton Ubal/PM5
O oficial destaca, ainda, que o Centro já ofereceu treinamento ao Grupo de Ações Táticas e Especiais (Gate) e a unidades de diversos comandos. “Também foram formados pilotos das polícias militares de outros estados, agentes da Polícia Civil, Federal e Rodoviária Federal”, informou o major Sanchez.
Voo policial – muito além de um meio de transporte
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Um dos fatores destacados pelo major Sanchez é que o piloto policial tem um objetivo distinto de um piloto tradicional, o que exige um nível de proficiência diferente. Um exemplo é a necessidade de acompanhamento de ocorrências em centros urbanos. Nesse caso, “o piloto policial é diferenciado. Tal ação terá que ser na rua, com muitos outros fatores intervenientes, ou também situações que envolvam disparos com arma de fogo. São questões distintas entre si, porém, demandam um preparo diferenciado dos demais pilotos”, relatou.
O escrivão da Polícia Civil, Allan Bitencourt, atualmente piloto de helicóptero da instituição, e que fez parte das aulas práticas do curso de piloto comercial no CFAer, destaca a qualidade da instrução oferecida. “A padronização das missões, e a forma metódica como as instruções são ministradas no Centro, o colocam em um patamar de qualidade muito alto, e significam muito na área da aviação”, salientou.
Para evitar incidentes e otimizar tempo, o CFAer está localizado no Litoral Norte, onde o tráfego aéreo é menor, em relação à Região Metropolitana. Nos períodos em que não estão em treinamento, as aeronaves do Centro atuam de forma operacional, inclusive, atendendo ocorrências em apoio ao BAv, em todo o RS.
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