Polícia

Brigada apura se PMs envolvidos em briga generalizada faziam “bico” de segurança em casa de festas

O comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP), coronel Giovani Paim Moresco, confirmou, em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 na manhã desta quinta-feira, 25, que a Brigada Militar (BM) instaurou um inquérito policial militar para avaliar a atuação de policiais militares na ocorrência de briga generalizada registrada nas imediações da casa de festas Yves, na madrugada do último sábado, 20, em Santa Cruz do Sul.

O caso gerou grande repercussão. Parte da ocorrência foi amplamente divulgada em aplicativos de mensagens a partir de vídeos gravados por pessoas que presenciaram o fato. É possível ver agressões, disparos de arma de fogo e pessoas feridas. Pelo menos dois PMs teriam participado do fato, mas já existe um indicativo de que podem ser três. Um deles teria efetuado disparos de arma de fogo que atingiram vítimas.

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Segundo Moresco, se for comprovado que esses policiais atuavam fazendo “bico” de segurança na casa de festas, o caso será tratado como desvio de conduta e eles podem sofrer penalidades disciplinares. “É irregular um PM atuar como segurança privado. A lei diz que temos dedicação exclusiva, e só podemos exercer outra atividade na docência ou área da saúde, o resto não pode ser feito. Esse negócio de bico não existe”, comentou o comandante regional.

“O que o PM faz na folga, em tese não é problema meu, desde que não incida em algo irregular. Se na hora de folga faz trabalho de caridade, nota 10 pra ele. Mas segurança privada não faz parte de nosso escopo profissional. Se isso for comprovado, a lei é sábia e não se reescreve, vai ser seguido o que a lei diz.” Ainda de acordo com Moresco, foi instaurado um procedimento para avaliar as circunstâncias e a dinâmica do que aconteceu.

“Este comandante regional não engaveta nada e não bota nada pra debaixo do tapete. Não faço de conta que não vi, e não deixo de lado. Todo e qualquer fato que mereça nossa interpelação investigativa, vamos fazer”, salientou Moresco. Segundo ele, pela análise prévia já feita, há necessidade de investigação policial judiciária militar para comprovar quais circunstâncias que os fatos aconteceram.

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“O que recebemos de detalhes preliminares é que teria participação de policiais militares, a partir de imagens e informações que estão nas mãos do encarregado do inquérito. Se concretizar que algum tipo de ação por parte de três ou dois PMs incidiu algum tipo penal militar, o inquérito vai trazer isso à tona”, finalizou o comandante regional. O procedimento da BM tem prazo de 40 dias, prorrogáveis por mais 20, para ser concluído.

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Paula Appolinario

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