Caso que provocou ampla repercussão no último fim de semana em Santa Cruz do Sul, a briga generalizada que terminou com disparos de arma de fogo nas imediações da casa de festas Yves, na madrugada do último sábado, 20, vem tendo desdobramentos na esfera policial. O fato, que foi
registrado pela Brigada Militar e pela Polícia Civil como tentativa de homicídio, está sendo
investigado.

Os vídeos divulgados em aplicativos de mensagens por pessoas que presenciaram o fato estão em análise. Testemunhas também estão sendo ouvidas. Representante do estabelecimento que fica na Rua Gaspar Silveira Martins e de seu proprietário, Thiago Forster, de 39 anos, o advogado Thiago Conrad entrou em contato com a Gazeta do Sul para esclarecer pontos que ficaram subentendidos.

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Segundo ele, não houve desavença dentro da Yves e sim na saída, quando os últimos clientes do evento deixavam o local. “Houve uma briga entre dois frequentadores. Um deles acabou sendo agredido e caiu, sendo que um dos seguranças tentou até apaziguar”, comentou o advogado. Conforme Conrad, seu cliente Thiago Forster estava no escritório da empresa quando ouviu o tumulto e saiu para ver do que se
tratava. “Assim que ele saiu, tomou um primeiro golpe e depois foi revidar a agressão”, complementou.

Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Conrad registrou uma ocorrência de lesão corporal sofrida por Forster e outros funcionários da Yves. Ele afirmou que, embora seu cliente tenha puxado uma arma no decorrer da confusão, não efetuou disparos. Quem atirou, de acordo com o defensor, teria sido um policial militar, que estava de folga e teria defendido outro PM que também participou do tumulto. Ainda não se tem a identificação de quem seriam os brigadianos envolvidos
nesse caso.

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Vítima teve afundamento do crânio

Moradores de Vera Cruz, Pedro Henrique de Deus Silva, de 23 anos; Marcelo Henrique de Deus da Silva, de 26; e Cássio Henrique de Deus e Silva, de 31, foram as três vítimas identificadas pela polícia como feridas após a ocorrência na casa de festas. Os três, que são irmãos – sendo que dois integram
um grupo de pagode que já tocou na Yves –, foram levados por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Santa Cruz (HSC).

Cássio ficou com um ferimento de arma de fogo no supercílio esquerdo e teve afundamento de parte do crânio. Marcelo apresentava um ferimento e precisará passar por cirurgia para retirar o projétil do braço, após ser alvejado pelas costas. Pedro estava com um corte próximo do olho e o nariz quebrado.

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Representantes dos três, os advogados Antonio Felipe de Souza e Fabricio Olavio Hauth acompanharam-nos em depoimento na delegacia, onde narraram os fatos. “Diante da situação e repercussão do caso, e principalmente pela gravidade das agressões sofridas pelas vítimas, todos estão com medo e abalados fisicamente e psicologicamente neste momento”, comentou o advogado Antonio. “Nossos clientes não têm antecedentes criminais, tampouco possuíam arma de fogo”, ressaltou Fabricio.

Os defensores confirmaram à Gazeta do Sul que vão pedir à polícia um exame de balística. Eles também registraram uma ocorrência de roubo. Segundo os advogados dos três irmãos, um dos envolvidos teria roubado os celulares de dois de seus clientes apenas porque eles estavam filmando as agressões, e esse crime teria sido registrado em outro vídeo.

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