Imagine que todo o esforço dedicado nos dias trabalhados desde 1º de janeiro deste ano até o próximo domingo, 29, seja suficiente apenas para quitar o total de impostos devidos em 2022. Isto é, o brasileiro ainda precisa trabalhar mais três dias para, então, começar a aproveitar a renda de modo pessoal, sem se preocupar com tributos. É isso que aponta o “Estudo sobre os dias trabalhados para pagar tributos” feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). A análise mostra que a população terá que trabalhar 149 dias – até o dia 29 de maio – somente para pagar os impostos, taxas e contribuições exigidas pelos governos federal, estadual e municipal.
Com isso, é possível concluir que o valor pago em impostos representa 40,82% do rendimento médio brasileiro, que, de acordo com o IBGE, foi de R$ 2.789,00 em 2021. Se considerarmos a faixa de renda da população, aqueles com rendimento mensal de até R$ 3 mil trabalharam 141 dias para pagar impostos, ou seja, até o último sábado, 21. Já os que ganham entre R$ 3 mil e R$ 10 mil trabalharão até o dia 6 de junho, totalizando 157 dias, enquanto os com rendimento mensal acima dos R$ 10.000,00 vão trabalhar 150 dias, até segunda-feira, 30.
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A alta carga tributária segue impactando a rotina dos brasileiros, mantendo um alto patamar nos últimos anos, como comenta o presidente executivo do IBPT, Dr. João Eloi Olenike. “O estudo foi feito considerando o período de base entre maio de 2021 e abril de 2022. Neste período, por conta do isolamento social necessário para o combater o coronavírus, houve uma retração na produção e circulação de riquezas do país, o que justifica o número de dias trabalhados ser o mesmo do estudo anterior (2021). A quantidade de dias trabalhados para pagar impostos segue estagnada nesse alto patamar nos últimos dois anos”, ressaltou.
O estudo mostra, ainda, que a maior concentração de arrecadação de tributos no Brasil é sobre os itens de consumo. “Com isso, as pessoas que têm menor poder aquisitivo acabam, proporcionalmente, pagando mais. Isso porque, no consumo, não existe uma diferenciação na hora de pagar tributos, todo mundo paga igual. Se duas pessoas – uma pobre e outra rica – comprarem gasolina num posto, eles vão pagar a mesma tributação”, explicou. A Reforma Tributária, que tramita em Brasília, conforme Olenike, não deve modificar essa situação. “O certo seria tributar muito menos sobre o consumo e tributar mais patrimônio e renda”, analisou.
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O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) foi fundado em 1992, com o objetivo inicial de congregar estudiosos das ciências jurídica, contábil, social e econômica para debater sobre temas relacionados ao planejamento tributário. Desde a fundação, o IBPT se dedica ao estudo do complexo sistema tributário no país, sendo reconhecido pela adoção de uma linguagem clara e precisa à sociedade sobre a realidade tributária brasileira. O IBPT também lançou bases e fundamentos para viabilizar a lógica da transparência fiscal, promovendo conscientização tributária.
Pioneiro na criação de estratégias de mercado para empresas e entidades setoriais a partir da análise de dados fiscais, públicos e abertos, o IBPT mantém investimentos contínuos em tecnologia e na capacitação da equipe para viabilizar pesquisas, estudos e serviços, possuindo o maior banco de dados privado com informações tributárias e empresariais.
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