A mineira Iara Dias dos Santos, nascida em Viçosa, conquistou o público finlandês e os jurados do programa The Voice do país. Aos 33 anos, Iara já está na segunda fase de batalhas da atração e conversou com o E+ por e-mail sobre a experiência.
Ela relata que se mudou para o país nórdico após sua mulher receber uma boa proposta de emprego. Após passar algum tempo estudando canto clássico e trabalhando voluntariamente em um museu de Joensuu, cidade onde mora, por sugestão de um amigo, decidiu participar do programa. Agora, chega a ser reconhecida nas ruas do país.
Como e por que você foi para na Finlândia?
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Minha esposa e eu estávamos planejando morar fora do Brasil por um tempo, e a Finlândia apareceu como uma ótima oportunidade de emprego para Mariana e eu a acompanhei. Viemos morar em Joensuu, que fica na Finlândia oriental, em Fevereiro de 2014 (há exatos 3 anos). Aqui comecei a estudar canto clássico no conservatório da cidade e fazer voluntariado em um museu. Em seguida, meu mestrado foi a união da minha paixão pela música (e a indústria musical) e meu conhecimento em negócios e um marco importante na minha mudança de carreira. Pretendo atuar na indústria musical não somente nos palcos. Sinto que esse é o caminho certo pra mim
Como foi selecionada para participar do The Voice local?
Um amigo Finlandês, que já tinha me ouvido cantar, me mandou o link e sugeriu que eu me inscrevesse. Daí eu, como boa brasileira que sou, deixei pra última hora e me inscrevi no penúltimo dia (a produção do programa disse que esse ano eles tiveram um recorde de inscrições). Fui chamada para uma primeira audição e fui selecionada para ir pra audição às cegas. Cantei Put Your Records On, da Corinne Bailey Rae, e dois técnicos viraram suas cadeiras para mim. Escolhi a técnica Anna Puu, pois já era familiarizada com o trabalho dela, e, principalmente, com a história dela: A Anna também já participou de uma competição de canto (Idols). Pensei que ela seria a melhor opção, já que sabia o que era estar ali onde estávamos. A audição às cegas é gravada em Helsinki e as demais etapas são gravadas na cidade de Turku. Preciso viajar para os treinos e para a gravação do programa em si.
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O programa agora está na fase das batalhas até o dia 2 de março. Minha batalha foi ao ar no último dia 24 de fevereiro e numa performance disputadíssima, ganhei a preferência da Anna. Felizmente a outra cantora também continua na competição, pois foi salva por um outro técnico. No dia 3 de março começam os knockouts [segunda fase de batalhas], que são mais uma etapa disputadíssima e emocionante, onde metade do time irá para a etapa ao vivo. Darei o meu melhor e espero conseguir uma vaga. A minha performance nos knockouts será transmitida no dia 9 de março. Mal posso esperar!
O nível dos candidatos na competição é altíssimo e já me sinto muito feliz e reconhecida por estar entre eles. Vale ressaltar que aqui boa parte dos competidores não são amadores, mas já chegam no programa com uma bagagem não só de palco, mas também de estudo e técnica. O programa tem me dado musculatura pra tocar com grandes músicos e para públicos maiores, e isso tem sido maravilhoso.
Você canta/cantou músicas brasileiras? Eles gostam?
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Ainda não cantei músicas brasileiras na competição, mas no pub aqui da cidade as pessoas gostam bastante quando canto bossa nova.
Como é a aceitação do público finlandês contigo?
As pessoas começaram a me conhecer agora e venho recebendo o carinho do público Finlandês pelas mídias sociais. Metade dos meus seguidores são Finlandeses. O jornal da cidade já vem acompanhando meu trabalho no programa e sempre sai alguma coisa na imprensa local e nacional. Aos poucos estou sendo reconhecida nas ruas e, por ter dado uma entrevista contando sobre meu casamento com Mariana, alguns fãs se aproximam de mim também por conta da minha história pessoal.
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Você já era envolvida com música no Brasil?
No Brasil trabalhava com compras e Comércio Exterior. Tenho formação em Administração/Comércio Exterior e trabalhei por anos nessas áreas, mas nas horas livres sempre estava envolvida com música de alguma forma. Fiz parte da banda Regional da Nair quando morava em Vitória, no Espírito Santo, mas lá só tocava percussão. Quando me mudei para Belo Horizonte, continuei fazendo participações em rodas de samba com meu tam tam aos finais de semana. Toco violão desde os 9 anos de idade, mas sempre fui tímida pra cantar e tocar na frente de desconhecidos. Fui trabalhando isso em mim aos poucos, e na Finlândia finalmente criei coragem para me arriscar mais nessa carreira.
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