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Brasil se retira de acordo migratório da ONU

O governo brasileiro informou oficialmente às Nações Unidas, em Nova York e em Genebra, que o Brasil está se retirando do Pacto Mundial de Migração, assinado em dezembro pelo governo de Michel Temer. Na ONU, a rapidez da decisão foi interpretada como um sinal de que o novo governo promoverá uma reviravolta em sua relação com a organização.

A notícia foi recebida com muita preocupação. Negociado por quase dois anos, o pacto era uma resposta internacional à crise que atingiu diversos países em razão de um fluxo sem precedentes de imigrantes e refugiados. O texto do acordo, porém, não suspendia a soberania de nenhum país, nem exigia o recebimento de um certo volume de estrangeiros.

O primeiro anúncio do afastamento do novo governo foi feito ainda em dezembro, pelo Twitter, pelo chanceler Ernesto Araújo, no mesmo dia em que o Itamaraty aprovava o acordo no Marrocos. “A imigração não deve ser tratada como questão global, mas de acordo com a realidade e a soberania de cada país”, disse Araújo, chamando o marco – aprovado por mais de 160 países na cúpula de Marrakesh – de “ferramenta inadequada para lidar com o problema”.

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Nos bastidores, a direção das Nações Unidas recebeu com “profunda apreensão” a decisão de Bolsonaro. Surpreendeu a rapidez pela qual o novo governo agiu, apenas oito dias após tomar posse. Para negociadores, essa velocidade na tomada de decisão deixa claro que o governo quer mandar o recado de que está disposto a rever de forma profunda sua relação com a organização.

ONU preocupada com o Brasil

Também preocupa a ONU a possibilidade de que a saída seja apenas o início de uma série de medidas tomadas pelo Brasil para se afastar de acordos multilaterais. Uma das dúvidas levantadas por diplomatas é a permanência do Brasil em órgãos como o Conselho de Direitos Humanos e comitês contra a tortura. Para a ONU, a redução do papel do Brasil pode ter um impacto grande, aprofundando a crise de credibilidade que a instituição enfrenta e a necessidade de contar com países emergentes como pilar de suas atividades.

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João Caramez

Em 2010, aceitei o convite para atuar como repórter estagiário no Portal Gaz, da Gazeta Grupo de Comunicações. Era o período de expansão do site, criado em 2009, que tornou-se referência em jornalismo online no Vale do Rio Pardo. Em 2012, no ano da formatura na graduação pela Unisc, passei a integrar a equipe do jornal impresso, a Gazeta do Sul, veículo tradicional de abrangência regional fundado em 1945. Com a necessidade de versatilidade para o exercício do jornalismo multimídia, adquiri competências em reportagem, edição, diagramação e fotografia para a produção de conteúdo em texto, áudio e vídeo. Entre as funções, fui editor de País/Mundo e repórter de Geral. Atualmente, sou repórter de Esporte e produzo conteúdo para o site Portal Gaz e jornal Gazeta do Sul. Integro a mesa de debatedores do programa 'Deixa Que Eu Chuto', da Rádio Gazeta FM 107,9, desde 2018. Em 2021, concluí uma pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios pela Ulbra.

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