As 20 maiores economias do mundo criaram o Grupo dos 20 (G20). Anualmente, um dos países assume a responsabilidade de ser o anfitrião e apresentar possibilidades de debates sobre os assuntos em comum entre os estados-membros. São temas relacionados a áreas como economia, política e ações sociais. É considerado o principal fórum de cooperação econômica internacional, a partir de acordo estabelecido pelos líderes na cúpula em Pittsburgh, Estados Unidos, em setembro de 2009.
O Brasil, por meio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu o posto de país-sede do G20 em 1º de dezembro de 2023, tendo o Rio de Janeiro como espaço para realização da Cúpula do G20, que é a reunião entre os chefes de Estado ou de governo dos países-membros. Esse evento começou nessa segunda-feira, 18, depois de uma série de outros encontros entre representantes de diferentes áreas, como ministros da Saúde e da Fazenda.
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A Cúpula de Líderes do G20 foi criada em resposta à crise financeira global resultante do colapso do banco Lehman Brothers. A já existente reunião dos ministros das Finanças e diretores dos bancos centrais do G20 foi elevada ao nível de chefes de Estado, e a primeira ocorreu em Washington, capital dos Estados Unidos, em dezembro de 2008. A situação emergencial fez com que passasse a ser realizada semestralmente, com os encontros anuais retornando em 2011.
O termo “cúpula” refere-se ao ponto mais alto de uma montanha, em referência à definição em inglês “summit”. O encontro dos chefes de Estado é o ápice das mais de cem reuniões do G20 realizadas ao longo do ano.
Uma das inovações trazidas pelo Brasil aos debates é a inclusão da Cúpula Social. Por meio dela, a sociedade civil tem oportunidade de participar das discussões e formulações políticas. Houve mais de 30 reuniões dos grupos de engajamento e outras atividades. O ponto alto foi na última semana, nos dias 14 a 16.
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A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada nessa segunda no G20, já teve adesão de 82 países. A proposta foi idealizada pelo Brasil com o objetivo de acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, prioridades centrais nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Entre os países que já aderiram estão todos os integrantes do G20. Apenas a Argentina ainda não havia anunciado a adesão até a manhã de segunda, mas o país decidiu participar de última hora e se tornou fundador do grupo. Também anunciaram a adesão as uniões Europeia e Africana, que são membros do bloco; 24 organizações internacionais; nove instituições financeiras e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.
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A adesão, que começou em julho e segue aberta, é formalizada por meio de uma declaração que define compromissos gerais e específicos, os quais são alinhados com prioridades e condições específicas de cada signatário. Entre as ações estão os “Sprints 2030”, que são uma tentativa de erradicar a fome e a pobreza extrema por meio de políticas e programas em grande escala.
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A Aliança Global espera alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média/baixa renda até 2030; expandir as refeições escolares de qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com pobreza infantil e fome endêmicas, e arrecadar bilhões em crédito e doações por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento para implementar esses e outros programas.
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A Aliança terá governança própria vinculada ao G20, mas que não será restrita às nações que integram o grupo. A administração ficará a cargo de um Conselho de Campeões e pelo Mecanismo de Apoio. O sistema de governança deverá estar operacional até meados de 2025. Até lá, o Brasil dará o suporte temporário para funções essenciais.
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O G20 opera distintamente em comparação aos organismos internacionais tradicionais, com duas abordagens principais: a Trilha de Finanças e a Trilha de Sherpas. A primeira é liderada pelos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do grupo, que se reúnem pelo menos quatro vezes por ano (duas delas em paralelo às reuniões gerais do Banco Mundial e do FMI). Os sherpas, que lideram a outra trilha, são os representantes pessoais dos líderes do G20, responsáveis por supervisionar negociações, discutir os pontos que compõem a agenda da cúpula e coordenar a maior parte do trabalho. A partir das decisões dessas trilhas, os chefes de Estado e de governo têm base para os debates no encontro da cúpula.
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A modernização das instituições internacionais, inseridas na lógica de um mundo multipolar, é essencial para evitar o risco de uma nova guerra mundial ou uma crise econômica de escala planetária, advertiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele abriu a segunda sessão da Cúpula de Líderes do G20, que discute a reforma da governança global.
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“A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo. Não é preciso esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para promover as transformações de que a ordem internacional necessita”, discursou o presidente. O encontro começou com mais de duas horas de atraso, após a demora na realização da foto oficial dos líderes da reunião de cúpula.
Dizendo que a ordem vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial e o neoliberalismo não deram certo, Lula defendeu uma reforma das instituições internacionais que amplie o peso dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. A alteração da governança internacional é um dos eixos da presidência do Brasil no G20.
“Em meio a crescentes turbulências, a comunidade internacional parece resignada a navegar sem rumo em disputas hegemônicas. Permanecemos à deriva, arrastados por uma torrente que nos empurra para uma tragédia. Mas o confronto não é uma fatalidade”, acrescentou o presidente brasileiro.
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