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Brasil na trilha de futuros da Unesco

Estou em Paris para o Fórum Global de Futures Literacy da Unesco. Futures Literacy significa alfabetização para o futuro. Vim buscar uma forma para que o Brasil acesse este caminho juntamente com outros países, como Finlândia e Austrália, e assim contribuir para que o governo, a população e o mundo do trabalho compreendam melhor como o futuro já faz parte do nosso presente.

Não estamos alfabetizados para os futuros que se aproximam. Embora a palavra alfabetizado remeta à infância, na verdade estou falando dos adultos. As crianças e os jovens de hoje têm um perfil mais preparado para viver nas próximas décadas, e os jovens do futuro viverão em uma sociedade remodelada através das iniciativas de mudança que já vivemos hoje.

O que significa para um adulto estar alfabetizado para o futuro? 

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Em primeiro lugar, ser capaz de existir de forma íntegra e autônoma como cidadão planetário. Pensar, falar e agir de forma coerente, gerenciar a si mesmo nas questões internas e externas e comportar-se de maneira proativa socialmente, sem as mesmas ladainhas vitimistas de sempre. Mindfulness e espiritualidade são essenciais.

Significa também viver os valores universais de respeito, ética, generosidade e autenticidade, e se relacionar em grupo de forma positiva. A capacidade de estar em grupos diferentes em harmonia predomina nos próximos anos.

Como terceiro pilar, vem a capacidade intuitiva, a cognitiva e a proposta de ser local, mas pensar global. Isso implica viver como um cidadão do globo terrestre, altamente engajado com os desafios comuns e com a vida do mundo que vivemos.

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Estar alfabetizado para o futuro também requer fluência digital e aprender o idioma do futuro, que contém termos, ferramentas e metodologias que permitem falar e construir futuros de forma pragmática. Não podemos mais filosofar sobre o futuro ou nos limitarmos à inovação. Ela tem se mostrado frágil porque ainda estamos inovando para incrementar ou responder às novas demandas do mercado.

Em 2020 as mudanças sobem de nível, e muito do que foi falado até agora começa a acontecer: automação, mobilização e extinção de profissões e negócios que não atendem mais à exigência social.

O que fazer? Primeiro, saia do casulo, ande pelo mundo e saiba o que está acontecendo lá fora. Segundo, não perca tempo: entre nos laboratórios de futuros e nas salas de aula digitais. Você já está atrasado. Aprenda rapidamente a nova forma de viver e de fazer negócios para se adaptar ao novo estilo de vida e de mercado. Estude o mundo digital e a disciplina de futuros chamada Foresight ou Estudos de Futuros para criar uma visão ampliada e sistêmica e ser, então, capaz de tomar decisões que afetarão seus próximos sete ou dez anos.  Sua alegria ou seu sofrimento na próxima década começa hoje. Não mude pela dor, mas sim pela inteligência de começar agora o que você deseja colher em 2030.

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