Se nos tempos de Juscelino existissem as ONGs, o Ministério Público e os partidos políticos de hoje, JK não conseguiria construir Brasília. As obras seriam embargadas por destruir o cerrado, o Lago Paranoá não seria criado por uma barragem que desviaria cursos d’água e causaria uma extensa inundação do cerrado. O Brasil hoje estaria condenado a acompanhar seu limite litorâneo, a maior parte das fronteiras terrestres estariam vazias e mais vulneráveis e não seríamos o maior exportador de grãos do planeta; ao contrário, estaríamos importando alimentos e, quem sabe, haveria guerra por alimentos e por espaço para produzi-los, aumentando a ambição sobre o Centro-Oeste brasileiro. O cerrado seria um lugar deserto com emas e lobos, e o Brasil um país semi-colonial.
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Lembrei disso ontem, quando a presidente da União Europeia prometeu ao presidente do Brasil 20 milhões de euros para o Fundo da Amazônia. Fico curioso por saber quem será beneficiado com esse dinheiro. Seriam os filhos dos amazônidas ribeirinhos, que crescem longe de escolas? As famílias de caboclos distantes de um posto de saúde? Os que levam dias de canoa para comprar ferramentas, roupa e mantimentos? Os que plantam e criam? A Alemanha, na União Europeia, acaba de restituir ao Brasil um fóssil de 110 milhões de anos. Mas é apenas um fóssil. Quantos bilhões de euros já saíram da Amazônia em minérios raros e preciosos, madeiras, acervo medicinal e biológico? 20 milhões de euros é uma compensação ínfima.
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O ex-presidente da Câmara e ex-ministro da Defesa (e ex-PC do B) Aldo Rebelo insiste em nos alertar para a ação de ONGs, partidos de esquerda e Ministério Público, contra obras de desenvolvimento na Amazônia, como a rodovia Porto Velho-Manaus, a hidrovia Araguaia-Tocantins e a Ferrogrão, paralisada há mais de dois anos por decisão do Supremo. No mesmo sentido, o Ibama impediu a Petrobras de pesquisar na foz do Rio Amazonas. Parece que querem manter a Amazônia intocada pelos brasileiros, como reserva futura para outros países. Se o ambientalismo ideológico de ONGs e MP de hoje estivesse ativo na época, não teríamos as hidrelétricas de Itaipu, Tucuruí, Ilha Solteira, Furnas – e o Brasil seria um país de apagões, com usinas a óleo e a carvão. Belo Monte foi um marco para essa militância se formar.
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Esta semana, em Lavras do Sul (RS), o prefeito e a comunidade econômica do município reuniram-se para um grito contra isso. O subsolo do município tem capacidade de fornecer 300 mil toneladas/ano de fosfato. O Brasil importou ano passado 1,67 milhão de toneladas do minério, necessário para o agro fazer as plantas crescerem. Mas ONGs e Ministério Público estão na Justiça, bloqueando a mineração. Temos uma CPI das ONGs, que pode examinar tudo isso. Lavras do Sul mostra que não podemos ficar em passividade colonial. O conhecimento de hoje permite exploração sustentável. O conhecimento não pode permitir que aceitemos que se trave o desejo de todo brasileiro de progredir. A pobreza e a fome são tragédias reais e concretas quando um país rico não consegue que essa riqueza enriqueça a vida de seus habitantes. É como se uma metrópole nos estivesse paralisando.
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