Populismo, messianismo, ufanismo, demagogia e irresponsabilidade fiscal não são práticas recentes. Alternados ou concomitantes, são fatos que se repetiram em outras nações. Em comum, entretanto, a história universal demonstra e ensina que o desfecho é sempre o mesmo. Descontrole e deficit orçamentário, inflação, desemprego e, principalmente, antagonismo social.
Nesse sentido, é surpreendente que ainda ocorra a repetição dessas experimentações político-ideológicas inconsequentes e irresponsáveis. No processo de ascensão e permanência no poder, tais governantes enfatizam seu discurso pelo divisionismo social, inventando e apregoando conflitos regionais, étnicos, sociais e profissionais (o conhecidíssimo “nós contra eles!”).
Na mesma toada, alimentam a retórica do nacionalismo e do patriotismo ao afirmar que estariam ameaçados os bens naturais e comerciais da nação pelo capitalismo interno e o imperialismo internacional.
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Evidentemente, é um discurso fértil em nação que tenha agudas diferenças socioeconômicas a superar e, sobretudo, cujo povo nutre sentimentos de baixa autoestima, reflexo de precárias escolaridade, produtividade e segurança social.
É o que está ocorrendo, neste momento, no Brasil. E nem tanto pelas superáveis questões econômico-financeiras, mas sobretudo pela semeadura do divisionismo e antagonismo social.
A irresponsabilidade de governantes e parlamentares ora acusados policial e judicialmente transborda perigosamente para o conjunto de seus admiradores.
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Como se fosse possível classificar alguém como um bom ladrão, ou, então, à moda “Adhemar de Barros”, rouba, mas faz. Simplesmente patético e desanimador.
Considero o momento nacional de extrema gravidade. E não apenas pelo transbordar e reprodução de frases de efeito que pretendem deslegitimizar todo o sistema policial, jurídico e constitucional. Sobretudo ao observar o elenco e o currículo de alguns destacados e qualificados opinadores nas redes sociais que repetem argumentos econômicos, jurídicos e ideológicos em tons incompatíveis com sua formação técnica. É assustador e preocupante.
Mas admitamos os fatos atuais como passageiros e emocionalmente contaminados, ou seja, passivos de “cura” em médio prazo. Ainda assim, advém uma preocupação mais acentuada, qual seja: entre os atuais e apregoados candidatos à presidência da república, qual deles tem realmente algo significativo a oferecer aos brasileiros, num momento em que mais do que nunca precisamos de esperança, otimismo, qualificação, confiança, pacificação e, principalmente, integridade ética e honrosa?
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