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Sustentabilidade

Bons motivos para plantar na resteva

O produtor Castelar Baierle Junior terminou de colher a safra de tabaco 2014/2015 no final do ano passado em Malhada, interior de Passo do Sobrado. Ainda em dezembro, aproveitou o mesmo espaço de 1,5 hectare para implantar o milho safrinha. A prática, segundo explica, é fundamental para a sustentabilidade em áreas restritas. Além de utilizar os grãos para alimentar os animais, o agricultor garante benefícios para o solo com a sucessão de culturas. “O plantio na resteva é muito importante para a pequena propriedade”, argumenta.

Aos 38 anos, o fumicultor herdou a vocação para a atividade do pai, Castelar Baierle. Há aproximadamente 17 anos, ele assumiu definitivamente os negócios da família, que são a base produtiva da propriedade de 7,5 hectares – dos quais menos de 26,6% são cultiváveis. A área limitada torna fundamental a promoção de duas safras por ano, para diversificar e otimizar recursos. A estimativa é de que a produção de fumo renda 4,8 mil quilos este ano, enquanto a lavoura de milho, que se encontra em fase de desenvolvimento vegetativo, atinja 150 sacos.

Segundo o técnico agrícola Gilberto Carminatti, apostar no plantio de milho ou feijão após a colheita do tabaco possibilita muitas vantagens para os produtores. A proteção do solo é um dos bons motivos para o investimento, já que a sucessão quebra o ciclo de doenças e pragas. Além disso, como o terreno fica coberto, permanece protegido das intempéries climáticas e da erosão. O orientador ainda ressalta a diversificação das propriedades, o aproveitamento da adubação residual da fumicultura e as contribuições para a renda familiar. “Em pequenas propriedades, o milho é o primeiro insumo em favor da subsistência”, argumenta.

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Uma das ferramentas de sensibilização para a importância do plantio na resteva é o Programa Milho e Feijão, que existe há mais de 30 anos e leva aos produtores conhecimento sobre práticas conservacionistas e de geração de renda. A iniciativa foi assumida pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) no ano passado, integrando a parceria de órgãos públicos e de entidades ligadas à agricultura. Por meio da estrutura de campo das empresas associadas, as informações são divulgadas nas propriedades fumicultoras dos três estados do Sul.

De acordo com o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, o incentivo à diversificação pela indústria vem de longa data. “O plantio de grãos após a colheita do tabaco já é um hábito comum entre a maioria dos produtores e uma excelente alternativa de diversificação, uma vez que há uma redução sensível no custo de adubação. Temos notado que os produtores estão cada vez mais conscientes sobre a importância de diversificar a propriedade, maximizando a renda de acordo com sua realidade”, afirma o dirigente.

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Os produtores que desejam obter melhores resultados plantando milho e feijão na resteva devem atentar a algumas dicas produtivas:

-A melhor época para plantar o milho e o feijão da safrinha é assim que acaba a colheita do tabaco, em janeiro e fevereiro;

-Não é necessário fazer adubação de base na resteva do tabaco. Basta adubação de cobertura com ureia, utilizando dois ou três sacos por hectare;

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-Para o milho, a recomendação é plantar uma linha em cada linha de plantio de tabaco. Caso seja utilizada máquina de tração animal, é importante deixar de seis a oito sementes por metro corrido. Já com o saraquá, o plantio é de três sementes por cova, de 40 em 40 centímetros;

-Para o feijão, o plantio deve ser feito com duas linhas em cada linha de plantio de tabaco. O saraquá deve ser regulado para cair de três a quatro sementes por cova, de 40 em 40 centímetros. É importante não esquecer de usar o bico adaptado para o plantio direto. Com semeadeira, o produtor deve deixar caírem de dez a 12 sementes por metro corrido;

-Os agricultores devem se informar com os técnicos de seu município ou com seu orientador agrícola para saber as variedades mais indicadas para sua região;

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Vantagens do programa

-Incentivo à diversificação sustentável da agricultura familiar;
-Proteção do solo e manejo integrado de pragas e doenças;
-Redução de custo de adubação da safrinha de grãos;
-Maior produção de grãos, para consumo na propriedade e para fins comerciais;
-Contribuição para a segurança alimentar das famílias produtoras;
-Geração de renda extra para a propriedade agrícola familiar.

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