Nas eleições de 2018 ocorreu um plebiscito pautado e definido pelos “defeitos” dos candidatos e do que alegadamente representariam. Não à toa, os refrões de campanha foram “Ele Não” e “PT Não”.
De modo que o presidente Bolsonaro, por suas falas e atitudes controversas e grosseiras, não me surpreende. Aliás, muito antes das eleições, vários artigos meus apontavam características e prováveis consequências. Entre esses e outros artigos, republico alguns parágrafos e suas datas.
“O populismo não tem rigidez e vocação ideológica. Ora se apresenta como de esquerda, ora como de direita. Em qualquer circunstância, sempre será personalista.” (setembro-2017)
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“Seu discurso mais evidente é o nacionalismo. Também utiliza a religião e o racismo como meio político de ataque e defesa.” (novembro-2017)
“Quanto mais aparece e cresce o espectro Lula (mais pelo simbolismo, menos pelo político moderado que de fato é), mais cresce o espectro Bolsonaro. Respectivamente, são causa e consequência.” (junho-2018)
“O capitão Bolsonaro é notória e assumidamente autoritário, cultuando e disseminando ideias e práticas de risco e socialmente desagregadoras. Exemplos destas características e abusos não faltam.” (setembro-2018)
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“No estilo Donald Trump de comunicação – polêmico e irresponsável –, Bolsonaro tem produzido mais argumentos em prol da oposição do que a própria seria capaz de realizar.” (março-2019)
“A cada sinal de fragilidade política no núcleo do poder executivo (…), é da natureza parlamentar aumentar o “valor do troca-troca”. Oferta de apoio em troca de “demandas” cada vez mais onerosas.” (abril-2020)
“A nação não aguentará mais dois anos na mesma toada. Já passou da hora (…). Principalmente agora, em meio à crise sanitária e humanitária, circunstância que exige liderança, respeito e empatia. É o que se espera de um presidente da república!” (maio-2020)
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“Mas há algo pior. Desde o princípio da pandemia, seu desdém com os argumentos científicos, os maus exemplos de conduta sanitária e sua minimização dos efeitos emocionais e vitais coletivos, relativizando as consequências de modo perverso e ofensivo, agravaram o que se pensava a seu respeito.” (junho-2020)
“Se alguém me pedir para definir um perfil do presidente, não me ocorre outra resposta se não a mesma que Bolsonaro deu a Ciro Gomes (antes das eleições): – Nao sou psiquiatra!” (Junho-2020)
A expressão “nas cordas” vem das lutas de boxe. É o momento em que um dos pugilistas está no canto do ringue, sob intenso ataque do adversário, na iminência de uma derrota. Mas “nas cordas” ainda não é um nocaute!
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Afinal, com a CPI da Covid (com Aziz e Calheiros arrolados em prontuários policiais!), Lula candidato (com processos judiciais pendentes!) e a mídia militante (isso é jornalismo?), a quem favorecem?
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