Natal se parece com ternura de vó, tem cheiro de casa de vó, sabor de comida de vó, é a própria presença de quem se ama, é um misto de amor de quem quer tão bem aos netos, quanto aos filhos. É carinho em dose dupla, dose tripla, é atenção e doçura que não acaba mais.
E por falar em doce, tem um em especial que ultrapassa gerações e costuma ser sinônimo de união e bons momentos na cozinha: a famosa bolacha de Natal. Ela se tornou uma verdadeira tradição natalina. Decorada com glacê, confeitos coloridos, em formatos divertidos e sempre açucarada na medida certa para adoçar os momentos de confraternização, faz sucesso, especialmente com a criançada, e não é apenas pelo sabor, mas também pelas memórias afetivas.
Quem tem vivas memórias assim é a professora sobradinhense Juliana Cella Rodrigues, 33 anos, e a mãe dela, Rosane Busatto Cella, 62 anos. Ambas recordam-se de vivenciar, durante a infância, momentos especiais na produção de bolachas neste período do ano. “Não eram bolachas enfeitadas como agora, mas eram deliciosas”, destaca Juliana.
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Para Rosane, a produção de bolachas foi fonte de renda durante quase uma década e a receita de família foi incrementada pelos aprendizados adquiridos em cursos. “Aprendi a fazer bolachas com minha mãe. Antigamente eram assadas em forno de barro, a lenha. Era uma alegria para nós quando ela dizia: ‘vamos fazer bolacha hoje’. Nossa, eram aquelas fornadas de bolacha, fazia bastante pois éramos em cinco irmãos, se bobear não sobrava para o Natal se a gente fazia muito antes”, lembra em meio ao riso.
O sabor das bolachas guarda em um lugar especial, assim como todos os preparativos para celebrar o fim de ano e a chegada do menino Jesus. “Além das bolachas, minha mãe fazia rosquinhas pintadas. Não se decorava com confeitos coloridos como hoje, pois nem tinha. Mas somente o fato de produzir as bolachas já era diferente, pois no dia a dia éramos acostumados a comer pão. Para nós era uma festa isso”, comenta.
Com o incentivo da irmã, a fabricação de dona Rosane começou a ser comercializada após curso de produção de bolachas de Natal realizado pela Emater. As pessoas passaram a encomendar e ela seguiu durante alguns anos trabalhando nesta área. Depois de se aposentar, ficou um período sem fazer as receitas, mas, neste ano, curtindo o neto Pedro, de 4 anos, motivou-se a produzir. “A alegria dele é algo lindo de ver. Quero que ele leve isso para a vida inteira, que fique uma coisa guardada, assim como eu tenho as minhas lembranças, ele também vai levar para o resto da vida. Não só a bolacha em si, mas o significado do Natal, do nascimento de Jesus, vida nova, que traz alegria, esperança”, destaca.
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“Quando o Pedro nasceu, logo na sequência a mãe se aposentou e não produziu mais bolachas. Nós sentimos falta e começamos a pedir para ela fazer novamente”, conta Juliana. Segundo ela, o filho gosta de comer ‘bolacha pintada’ e adorou a ideia de colocar a mão na massa com a avó, fazendo as bolachas em formato de anjo e estrela. “Quero que ele guarde a mesma memória que eu tenho com minha avó”, reforça Juliana.
Para Juliana este clima natalino em torno da produção representa também a união da família. “O confeitar une as pessoas. Pra mim é muito legal ver meu filho dividindo esse momento com minha mãe. Ele costuma comentar: ‘eu sempre faço muitas coisas com a vovó’, ‘eu faço bolo com minha vó’. Ele adorou colocar os confeitos coloridos”, enfatiza. Inclusive, o pequeno gosta tanto, que enquanto entrevistava a mãe e a avó, acordou da soneca e foi direto para a cozinha abrir o pote e degustar uma bolacha. “Vou ter que esconder algumas para sobrar para os primos até o Natal”, disse brincando Rosane.
Ao publicar fotos nas redes sociais da produção com o neto, a aposentada recebeu mensagens de amigas e freguesas lhe fazendo pedidos. Pelo menos por enquanto, as fornadas são apenas para a família, que estará reunida neste fim de ano, aconchegando os netos. “Divido a receita para incentivar e quem sabe um dia comprar de alguém”, compartilha. Então, segue abaixo a receita e o modo de fazer. Só que precisa caprichar naquela dose de ternura e carinho que tem o poder de transformação.
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Ingredientes: 150 gramas de margarina – 2 ovos – 2 ½ xícaras de açúcar – 1 xícara e ¼ de maisena – farinha de trigo até dar o ponto – 1 colher (sopa) de fermento em pó – raspas da casca e suco de 1 limão – colheres de leite, se necessário.
Modo de preparo: 1. Bater a margarina, o açúcar e os ovos até formar um creme. 2. Juntar os outros ingredientes e amassar bem. Farinha de trigo é até dar o ponto. 3. Abrir a massa e cortar com cortador modelo estrela, fazer pressão dedo no meio da estrela 4. Assar em forno quente. Cuidar para que não passem do ponto. 5. Rechear o centro da estrela, glaçar e enfeitar com confeitos coloridos.
Sugestão de receita para cobertura das bolachas
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Cobertura com merengue cozido: Claras de ovos – medir numa xícara (chá) e coloque 3 vezes a mesma medida de claras em açúcar. Leve ao fogo numa panela, mexa o tempo todo até que fique bem quente. Retire do fogo e coloque na batedeira e bata até virar um merengue firme. Passe imediatamente nas bolachas e vá confeitando. Deixe secar para depois guardar.
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