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Bola de Neve Church: a curiosa igreja que quer virar uma avalanche da fé

Criada no fim da década de 1990 com a missão de ser “uma família com o propósito de transbordar o amor de Jesus Cristo”, a Bola de Neve Church também está em Santa Cruz do Sul. A missão, que começou com a evangelização nas praças, conta com uma igreja localizada no Bairro Santo Antônio e quer se transformar em uma “avalanche” para divulgar a palavra de Deus – principalmente aos jovens. No lugar de crucifixo tem um dropbox para fotos instagramáveis, durante os cultos. Iluminação especial, telão na parede e uma prancha de surfe no local do púlpito confirmam que a Bola de Neve é uma igreja que busca se conectar com a juventude.

Charles Endres Alves tem 38 anos e é o pastor da Bola de Neve. Natural de Novo Hamburgo, veio para evangelizar em Santa Cruz em 2015. “No início, a gente pregava nas praças de Santa Cruz. Naquela época, chamávamos de missão. Depois veio a igreja, com a locação do prédio, em 2018”, recordou.

Fiéis se multiplicam a cada culto | Foto: Rafaelly Machado

Ele é casado com a pastora Vanessa Alves, de 37 anos. O casal construiu uma família com as filhas Daniela, de 8 anos, e Júlia, de 15. Família que se multiplica em cada culto. Antes da pandemia já eram cerca de 80 membros. “Chamamos de família. Como alguns dos nossos membros são de grupos de risco, o número de participantes reduziu. Assim que isso tudo passar, a gente quer casa cheia de amor de novo”, disse Alves.

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Amante do rock n’roll, o pastor Charles colocou suas guitarras no altar. Os cultos têm uma pegada festiva, são embalados com adorações ao som do rock e reggae. “Nossos cultos não têm ritual, seguimos o que Jesus ensina, a ser livre e aceitar todo esse amor que vem Dele.” A igreja nasceu assim, com o propósito de restaurar, recuperar e curar todos que têm carência do amor de Deus.

Mas, segundo Vanessa, as pessoas precisam descobrir esse amor. Segunda ela, quem é tocado por esse sentimento faz a vida fluir muito melhor. “Todos são bem-vindos aqui, pois abaixo de Jesus Cristo, todos temos pecados. Por isso não há restrição, o amor vem de Deus e quem sentir-se tocado deve participar”, convidou a pastora.

Charles é o líder da Bola de Neve de Santa Cruz, que já tem cerca de 80 membros | Foto: Rafaelly Machado

“Achei que aqui era uma sorveteria”, conta membro

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Wagner Gass tem 25 anos e conta que seu primeiro contato com a Bola de Neve foi por acaso. A esposa dele, Inaéli, na época namorada, já estava convertida à igreja e um dia convidou Gass para ir no culto. “Eu achei que aqui era uma sorveteria, por causa do nome”, disse, em meio ao riso.

Gass e Inaéli se casaram em 31 de julho, em uma cerimônia digital. Na Bola de Neve estavam apenas a família do pastor Charles, ele e a noiva. Pela internet, 40 famílias acompanharam a união. “Quando eu era de outra religião, minha vida era vazia. Foi na Bola de Neve que eu encontrei respostas para minhas perguntas. Foi aqui que eu me senti amado e acolhido”, contou Gass.

Diferentemente do sorvete, o propósito da Bola de Neve não é ser gelada. O nome tem a ver com a possibilidade de crescimento e propagação da palavra de Deus. “Uma bola de neve começa pequena, vai crescendo e transforma-se em uma avalanche. A ideia é esta, criar uma avalanche da palavra e amor de Deus ao redor do mundo”, resumiu Charles Alves.

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Gass casou na igreja em julho passado

CULTOS SÃO ABERTOS À COMUNIDADE

Por causa das restrições contra aglomerações, o número de participantes nos cultos ainda é restrito. No entanto, dentro dos limites estabelecidos por decreto, todos podem participar. Aos domingos, a Bola de Neve abre suas portas às 19 horas. As celebrações também são transmitidas pela internet, pelo perfil da igreja no Facebook. O templo funciona na Avenida Deputado Euclydes Kliemann, 2.271, no Bairro Santo Antônio. O perfil no Facebook é o @boladeneveSantacruzOficial.

A igreja jovem do surfe

A Bola de Neve Church foi fundada em 1999, pelo surfista paulista Rinaldo Luis de Seixas Pereira, o Apóstolo Rina. Identificada com o público jovem, é diferente dos demais ministérios pentecostais. Além da linguagem informal, ela não tem dogmas rígidos, como a maioria das denominações religiosas. Também associa sua imagem à prática de esportes radicais, como skate e surfe. Em alguns templos, a decoração é inspirada nesses dois esportes. Em 20 anos de ministério, a igreja está presente no Brasil e ao redor do mundo com 500 igrejas, nos cinco continentes. No Rio Grande do Sul, estimase que sejam 8 mil membros em 50 igrejas.

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