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Boca Migotto lança livro sobre cinema gaúcho na Feira do Livro de Santa Cruz

Foto: Isidoro B. Guggiana

O cineasta Boca Migotto apresenta o livro Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre ou Como o cinema imagina a capital dos gaúchos, na Feira do Livrode Santa Cruz, neste sábado, 3, das 15 horas às 17 horas. A obra, em forma de grande ensaio, é uma adaptação simplificada da tese intitulada “A Clube Silêncio e um tal cinema gaúcho de Porto Alegre“, realizada junto ao Programa de Pós-Graduação de Comunicação da UFRGS.

Escrito na capital gaúcha, Paris e Bento Gonçalves, entre 2019 e 2022, o livro tem a versão literária elaborada sem a rigidez acadêmica, focada no cinema urbano feito em Porto Alegre. A publicação também poderá ser adquirida on-line pelas redes sociais do autor (Facebook e Instagram).

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Segundo a professora Miriam Rossini, orientadora de Boca no doutorado, a obra aborda a história da capital e do cinema, estética, processos de produção audiovisual, memória e narrativa oral. “O autor nos leva a perceber não apenas o cinema com novos olhos, mas também a história da cidade num amplo aspecto de história da cultura”.

A pesquisadora afirma ainda, na orelha da publicação: “Um mergulho profundo em muitos aspectos do cinema produzido em Porto Alegre, ao longo de quatro décadas. Não é um panorama, e não é uma análise fílmica. É um livro que, como todas as boas histórias, trama de tudo um pouco para que, ao final, a gente se surpreenda olhando com novos olhos muitos dos fatos, dos aspectos que já conhecíamos, mas percebendo, por suas entrelinhas, ligações inusitadas”.

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O segundo texto de apresentação da obra tem assinatura do premiado diretor de fotografia gaúcho Bruno Polidoro, parceiro do pesquisador em diversos projetos. “Essa carta que o Boca nos escreve é íntima e densa, e é também um mapa: que pode ser lido de diversos lados, pois todos os caminhos estão interligados, depende de nós escolher por onde começar – e recomeçar, pois essa história está sempre fluindo com o nosso contemporâneo. Os personagens são revisitados por diversos ângulos, em um caleidoscópio de informações que sempre são acompanhadas de tensionamentos de autores que o Boca trabalhou em sua tese e com suas inquietas – e também polêmicas – percepções”.

Para o autor, nascido em Carlos Barbosa, e que construiu carreira na capital e região metropolitana, além de se debruçar sobre o Rio Grande do Sul, o estudo também é sobre o Brasil e sobre a América Latina. “Muita coisa? Pode ser, mas, neste livro, coube até um pouco da França e da própria história do cinema mundial. Afinal, o cinema não tem pátria, não tem fronteiras”.

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Recentemente, o realizador esteve envolvido com as filmagens de A Próxima Estação de Tabajara Ruas, documentário comemorativo aos 80 anos do escritor e cineasta, que estreou em 9 de agosto de 2022. No ano que vem, Boca Migotto ainda deve lançar o documentário longa-metragem homônimo ao livro, realizado paralelamente à tese e à publicação.

Sobre o autor

Boca Migotto é cineasta, pesquisador, fotógrafo e escritor. Publicitário de formação, cedo se deu conta que estava na área certa – a Comunicação –, mas no curso errado. Largou tudo e foi para Londres. No período em que permaneceu na Inglaterra, frequentou cursos de cinema na Saint Martins College of Arts and Design. Ao regressar ao Brasil, já certo que era com cinema que trabalharia, cursou Especialização em Cinema e Mestrado em Comunicação, ambos pela Unisinos. Nesta mesma instituição, foi professor de Documentário no Curso de Realização Audiovisual, onde permaneceu por dez anos, atuando também em outras disciplinas nos cursos de Jornalismo, Comunicação Digital e Publicidade.

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O pesquisador concluiu, em 2021, o doutorado em Comunicação pela FABICO/UFRGS, com extensão na Sorbonne/Paris 3. Na capital francesa, finalizou O primeiro livro de ficção Na antessala do fim do mundo – lançado na 66ª Feira do Livro de Porto Alegre (2020). A partir de então, levou a escrita mais a sério e também começou a escrever uma coluna quinzenal para o site Rede Sina. Como diretor e roteirista, realizou mais de 20 curtas e séries de TV, além dos documentários em longa-metragem Filme sobre um Bom Fim (2015) – um dos títulos mais assistidos do cinema gaúcho, Pra ficar na história (2018), Já vimos esse filme (2017) e O sal e o açúcar (2013).

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