O santa-cruzense Ruy Born, que há anos reside em Brasília, nos encaminhou fotos e informações sobre o pai dele, Ronaldo Born, que pertenceu à primeira composição da Orquestra Lyra. Também foi membro do Jazz Batucada e um dos pioneiros do transporte coletivo de passageiros em Santa Cruz do Sul (empresa Filter & Born).
Ele veio jovem para Santa Cruz e passou a morar no armazém e salão de baile de Pedro Kothe, onde também instalou uma alfaiataria. No imponente casarão, que ficava na esquina em frente ao estádio do FC Santa Cruz, funcionava um pequeno hotel.
![](https://www.gaz.com.br/uploads/2021/08/Orquestra-Lyra-1948.jpg)
Além de alfaiate, era músico autodidata e tocava acordeon, trombone de vara, clarinete e pistão, tendo aprendido com o pai, Gustavo, que possuía uma orquestra na região de Ibirubá. Ronaldo não podia ter escolhido local mais apropriado para morar, pois Pedro Kothe e seis dos dez filhos deles eram músicos muito conhecidos na cidade.
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Em pouco tempo, Born tornou-se acordeonista do Jazz Batucada, conjunto dos Kothe. Esse animava bailes no salão da família, na Ginástica, Corinthians, Tênis, Aliança, União e outros clubes do interior e cidades como Venâncio Aires e Candelária. Algum tempo depois, a composição musical passou a se chamar Jazz Típica Batucada. As sílabas iniciais das palavras resultou na tradicional Orquestra Jatibá.
Em 1948, ele recebeu convite para integrar a Orquestra de Concertos Lyra, fundada em 12 de julho daquele ano pelo maestro Lindolfo Rech. A composição inicial tinha 38 integrantes. Músico versátil, Born tocava clarinete e pistão. A primeira apresentação da Lyra foi em 7 de dezembro de 1948, na abertura dos festejos dos 55 anos da Sociedade Ginástica.
Ruy lembra que o pai tocou várias vezes na Catedral São João Batista, em concertos ou missas festivas. Também fez apresentações em dupla com o irmão Fidêncio (marista do Colégio São Luis), que mais tarde foi diretor da Faculdade de Música da PUC.
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