O santa-cruzense Ruy Born, que há anos reside em Brasília, nos encaminhou fotos e informações sobre o pai dele, Ronaldo Born, que pertenceu à primeira composição da Orquestra Lyra. Também foi membro do Jazz Batucada e um dos pioneiros do transporte coletivo de passageiros em Santa Cruz do Sul (empresa Filter & Born).
Ele veio jovem para Santa Cruz e passou a morar no armazém e salão de baile de Pedro Kothe, onde também instalou uma alfaiataria. No imponente casarão, que ficava na esquina em frente ao estádio do FC Santa Cruz, funcionava um pequeno hotel.
Além de alfaiate, era músico autodidata e tocava acordeon, trombone de vara, clarinete e pistão, tendo aprendido com o pai, Gustavo, que possuía uma orquestra na região de Ibirubá. Ronaldo não podia ter escolhido local mais apropriado para morar, pois Pedro Kothe e seis dos dez filhos deles eram músicos muito conhecidos na cidade.
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Em pouco tempo, Born tornou-se acordeonista do Jazz Batucada, conjunto dos Kothe. Esse animava bailes no salão da família, na Ginástica, Corinthians, Tênis, Aliança, União e outros clubes do interior e cidades como Venâncio Aires e Candelária. Algum tempo depois, a composição musical passou a se chamar Jazz Típica Batucada. As sílabas iniciais das palavras resultou na tradicional Orquestra Jatibá.
Em 1948, ele recebeu convite para integrar a Orquestra de Concertos Lyra, fundada em 12 de julho daquele ano pelo maestro Lindolfo Rech. A composição inicial tinha 38 integrantes. Músico versátil, Born tocava clarinete e pistão. A primeira apresentação da Lyra foi em 7 de dezembro de 1948, na abertura dos festejos dos 55 anos da Sociedade Ginástica.
Ruy lembra que o pai tocou várias vezes na Catedral São João Batista, em concertos ou missas festivas. Também fez apresentações em dupla com o irmão Fidêncio (marista do Colégio São Luis), que mais tarde foi diretor da Faculdade de Música da PUC.
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